tag:blogger.com,1999:blog-27834165904517804722024-03-13T10:17:03.054-07:00A história de uma doceteAtividades legais pro Enemhttp://www.blogger.com/profile/00901951127922175612noreply@blogger.comBlogger21125tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-80454913854919375382015-12-23T17:48:00.001-08:002016-02-19T17:06:03.464-08:00Capítulo 20 (FINAL)- Eu te amo O sol, a rosa e a neve. Nath, Jade e eu, respectivamente. Nos imaginar assim deixava a minha mente mais relaxada e descontraída enquanto andava novamente para a casa de Inkas. Eu já havia atingindo o meu limite atlético do dia, então tudo que eu podia fazer era andar, e não correr. Se tudo ocorresse bem, eu chegaria em meu destino em trinta minutos.<br />
Eu devia me decidir. Haveria que escolher entre o sol de minha vida e a rosa que perfumava os meus dias. Conviver com Jade me forneceu uma imensa sensação de alegria. Eu adorava acordar e sentir o cheiro de sua pele bronzeada e as mãos fortes de jardineiro eram firmes no meu corpo. Mesmo assim, os seus beijos eram tão doces, tão macios... Eu também adorava seus cabelos verdes, chamativos e desgranhados. Poderia ficar horas sentindo-os entre os meus dedos.<br />
Nath, por outro lado, me fazia transbordar em segurança e gentileza. Estar com ele era o mesmo que ser preenchida por pensamentos positivos e duradouros. Quando ainda estava no hospital e ele se sentava ao meu lado na maca, eu apenas precisava me apoiar em seu peito para que toda a dor e o medo evaporassem do meu corpo. E como se todo esse carinho não bastasse, Nathaniel ainda possuía cabelos dourados tão vívidos que me deixavam hipnotizada.<br />
Eu provavelmente teria continuado com esses pensamentos, mas uma silhueta comum surgiu e se aproximou. Jade. Eu permaneci imóvel, parte de mim ansiosa para correr até ele e me jogar em seus braços, outra assustada, em alerta para qualquer demonstração de dor e raiva. Deixei que viesse até mim, e quando me alcançou, disse:<br />
-Eu estava retornando a South Lake City, mas depois de algumas tentativas frustradas de "você não está bem o bastante" e "estou com saudades, fique mais um pouco", Inkas me contou que você estava indo conversar comigo. Só que eu não podia imaginar você andando sozinha nessas ruas essa hora do noite. Fiquei preocupado.<br />
-E...como me achou? Não é uma cidade pequena- eu disse, ainda surpresa. Ele estava sereno, facilitando para conversar.<br />
-Inkas disse que tinha alguma ideia de onde você estava. De todo o modo, que bom que te achei. E queria te pedir desculpas por ter entrado na sua casa com a chave reserva.<br />
-Esta tudo bem. Se eu não confiasse em você, não lhe deixaria saber onde fica a chave.- eu disse, lembrando de todo o ocorrido.- E a propósito, desculpe por tudo o que você viu naquele dia.<br />
Jade ficou em silencio. Em seguida, olhou as estrelas, longa e demoradamente, como se fosse a primeira vez que fazia isso em muito tempo. Eu o acompanhei. O céu estava tão escuro que ressaltava o brilho da lua cheia. Por um impulso, me lembrei dos cabelos ensolarados de Nathaniel. Afastei o pensamento e me concentrei em Jade.<br />
-Está tudo bem, também. Eu não deveria ter reagido daquela maneira por você estar seguindo com alguém. Eu a abandonei. Não deveria ter feito isso, mas achei que era a melhor opção. O seu coração era do Kentin.<br />
- O meu coração, Jade, não pertence a ninguém além de mim. Não é seu, não é do Nathaniel e nunca foi do Kentin.- Eu disse, me virando para encará-lo. A imensidão de seus olhos verdes me deixou em êxtase.- Não devemos dar o nosso coração a pessoas que amamos. Devemos deixa-lo aberto para receber as pessoas que amamos. Algumas delas irão embora, outras ficarão para sempre, mas não seria essa a essência de amar? Torcer para que a pessoa escolha o seu coração como morada? E caso não faça isso, rezar para que ela tenha com alguém a felicidade que você não pode dar.<br />
Nos sentamos num canteiro de flores em frente a uma loja de ferramentas antiga. Silêncio. Comecei a brincar com algumas pétalas rosadas.<br />
- Eu te amo, Emery.- ele disse, rompendo a calmaria que nos envolveu. As palavras foram diretas e sinceras.<br />
- Eu também te amo, Jade. Mais do que eu mesma gostaria de admitir.- rimos juntos.<br />
Senti sua mão tocar a minha. Com a ponta dos dedos, fez pequenos padrões circulares sob a minha pele. Eu me aproximei. Sabia aonde chegaríamos e, alguns segundos depois, estávamos nos beijando. Enquanto um de seus braços me pegou pela cintura e uniu nossos corpos, o outro subiu e, com a palma da mão, tocou a minha bochecha. Depositei as minhas em seu peito e, logo depois, segurei a parte de trás de seu pescoço com todas as minhas forças.<br />
Não sei quanto tempo permanecemos ali, mas foi o suficiente para que o ar de meus pulmões sumissem por completo. Quando paramos para recuperar o fôlego, ele encostou sua testa na minha. Algumas lágrimas começaram a se formar em seus olhos. Ele fitou o chão e, em seguida, olhou me profundamente.<br />
- Por que eu tive a sensação de que esse beijo é uma despedida, Emery?<br />
- Porque eu estou dizendo adeus, Jade.- Minha voz arranhou a minha garganta. Aquilo machucava nós dois.<br />
- Eu achei que você me amasse... que...- eu o interrompi, colocando o dedo em seus lábios macios.<br />
- Eu amo, Jade. E é por te amar que eu estou te deixando partir. Você é uma alma livre, Jade. Nasceu para viajar, encontrar plantas novas pelo mundo, conhecer novos lugares... Eu não sou assim.<br />
Limpei as lágrimas eu seu rosto e beijei sua bochecha. Nos abraçamos por um bom tempo.<br />
- Bem, eu não posso discordar de você.- Ele me disse.- Me mudo para Park City no mês que vem.- Novamente, nós rimos.- Eu tenho que ir agora, Emery. Inkas deve estar preocupada e tenho muito o que arrumar para poder ir embora amanhã. Seguir em frente.- ele deu uma pausa. respirou fundo, -Adeus, Emery.<br />
- ATÉ LOGO- corrigi-o. O canto de sua boca se levantou. Saudades de vê-lo sorrindo assim.<br />
- Até! E nunca se esqueça que sempre te levarei comigo.<br />
- E você sempre ficará comigo, bem aqui- eu disse, apontando para o meu coração. Clichê, mas sincero.- E Jade? Minhas chaves reserva sempre estarão no vaso de orquídeas.- Ele acenou positivamente, sorrindo e com nítidas covinhas.<br />
Eu fiquei no meio da rua vendo-o se afastar. Não havia carros transitando, mas mesmo se houvesse, eu não me importaria. Ele virava vez ou outra e acenava e, quando realmente desapareceu do meu campo de visão, eu pude voltar pra casa. Havia apenas algumas palavras de Nath na minha cabeça:<br />
"Amanhã, as oito horas da noite, estarei na ponte da cidade. Se você for lá, eu saberei que me escolheu."<br />
Eu havia o escolhido.<br />
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<br />
***<br />
O dia seguinte passou rápido. Eu precisei fazer algumas lições atrasadas e ajudei Marry a arrumar algumas roupas novas que ganhou de presente de Lys. Parece que ser namorada do irmão do dono da loja de roupas também te dava algumas vantagens.<br />
De todo modo, quando deu as sete horas da noite, comecei a me aprontar. Eu não sabia o que vestir e revirei o meu guarda roupa e o de Marry em busca de alguma coisa que fosse decente. No fim, escolhi um vestidinho escuro com pequenas flores, um sapato de salto mediano e o cabelo solto. Era algo simples e bonitinho. Na hora de me vestir, me peguei olhando para a estampa florida e pensando em Jade, mas me concentrei em Nath.<br />
A ponte da cidade era enorme. Atravessava um rio largo e de água azul que a população se esforçava para cuidar. De dia, a beleza era enorme. A noite, incomparável. Os postes de luz coloniais possuíam as lâmpadas envoltas em cristal, o que iluminava o ambiente com vigor. A água parecia tão calma que poderia ser confundida com um espelho refletindo a lua cheia, pálida e brilhosa. <br />
Quando me aproximei, eu podia ouvir o bater do meu coração contra o peito. Nervosismo, ansiedade... E se Nath estivesse desistido? E se tudo isso fosse em vão? Pensamentos negativos começaram a ganhar proporções gigantes na minha cabeça, até que eu o vi. Eu ainda estava me aproximando da ponte quando o reconheci. Parado, encostado em uma das grades laterais. Ele parecia preocupado, talvez pelo meu atraso de quinze minutos devido ao trânsito tumultuado.<br />
Mas tudo mudou quando ele me viu.<br />
Não havia mais medo. Preocupação, Nenhum sentimento ruim. Apenas presenciei, pela primeira vez, o sol brilhar em plena noite. Ele correu em minha direção e, quando dei por mim, também estava correndo na dele. Queria me desculpar pelo atraso, mas ele não deixou. Tudo que Nathaniel fez foi, depois de sussurrar um "Você veio", me beijar com todas as suas forças.<br />
Eu estava em órbita. Havíamos nos fundido, sem nenhum espaço entre nós. Segurei sua cintura enquanto ele segurava, com toda a suavidade, o meu rosto e meu pescoço. Depois enlacei sua nuca e deixei que tomasse minha cintura. Seu hálito era agradável e quente. Na verdade, tudo em seu corpo exalava calor. O cheiro era familiar, o mesmo perfume de amêndoas, leve e suave.<br />
Quando nos separamos, eu me inclinei e beijei toda a região de seu pescoço, a ponta de seu queixo, a maça do seu rosto... Ele mordeu meus lábios em seguida e retomamos o beijo, dessa vez mais suave e menos urgente.<br />
-Emery...- ele sussurrou o meu nome no meu ouvido, como se fosse devoto a mim. Como se eu fosse o hino nacional e ele, um patriota. - Obrigado por ficar comigo...<br />
-Eu estava dividida, mas eu também sabia quem eu queria. Era você quem ficou comigo quando eu precisei. Era você que cuidou de mim e que me ajudou a superar uma das piores fases da minha vida. Jade vai ficar bem, ele é uma alma livre. Eu não.- eu olhei nos olhos de Nath. Uma mistura de dourado e caramelo.- Eu te amo Nathaniel.<br />
-Eu te amo, Emery.<br />
Naquela noite, tudo foi perfeito. Comemos pizza e, para nossa surpresa, começou a chover. Podíamos ter esperado a garoa passar, mas qual graça haveria em observa-la cair? Preferimos sair e sentir as gotas sobre nós. Também beijei-o na chuva. Pela primeira vez, tudo parecia em completo equilíbrio.<br />
Marry e Lys estavam firmes em seu relacionamento e Inkas e Castiel estavam mais felizes do que nunca. Ela sempre me atualizava sobre Jade, em constante viagem pelo país. Ele estava feliz e pretendia passar o natal conosco. Por fim, Nath e eu estávamos juntos em um namoro sério e bem alegre.<br />
Algumas escolhas podem ser destrutivas, pois conseguem abalar o nosso emocional. Mas, na maioria das vezes, não tomá-las é o que realmente nos destrói. Somos humanos e devemos aprender que nem sempre as coisas serão como queremos. Iremos perder amigos, familiares... Tudo que temos que fazer é lutar por quem nos faz bem e ter a maturidade de que, as vezes, amar alguém é deixá-lo ir. No fim, o que vai te fazer melhor é ser ciente de que fez tudo ao seu alcance de forma honesta e amorosa.<br />
Assim, eu estava bem. Finalmente.<br />
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<br />
FIM<br />
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Agradecimentos: Gostaria de agradecer a minha amiga Marry, que me ajudou em diversos momentos na história, tanto com as capas e templetes, quanto com os bloqueios criativos que tanto aflingem os autores. Espero que tenha se sentindo homenageada como irmã de Emery nessa História De Uma Docete. Também quero deixar o meu "obrigado" para minha amiga Maria Karolina, que me tirou de diversas crises de autor e que sempre está do meu lado, independentemente se estou escrevendo ou vivendo. Você é a minha Inkas.<br />
Com amor,<br />
Emerson<br />
(Emme)<br />
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<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-84880236368560832862015-12-21T16:03:00.000-08:002015-12-21T16:03:14.185-08:00Capítulo 19- Chega de fraquejar <span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><span style="background-color: white; line-height: 19px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Em's,- ela me interrompeu, agora séria- ele está na minha casa. Para vê-lo, basta apenas subir as escadas.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Por um momento, eu não tive reação. Jade estava na casa de Inkas, nada mais lógico que isso. Eu queria correr, abraça-lo, pedir desculpas e perdoa-lo também. Mas eu não podia fazer isso. Esse ano, transformei minha vida em algo caótico. A volta do Kentin, o começo e o fim de um relacionamento com Jade, o abandono, o acidente, Nathaniel... Eu deveria sim conversar com Jade, mas antes, iria esclarecer as coisas, comigo mesma e com os demais envolvidos nessa confusão.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Chega de pessoas feridas. Chega de dor. Chega de ressentimento.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> -Inkas, não deixe que Jade volte pra South Lake City. Preciso resolver algumas coisas antes de conversar com ele. </span></span></span><br />
<span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> -Mas Emery...</span></span></span><br />
<span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> -POR FAVOR. Apenas não deixe ele ir, ok?- Interrompi. Ela acenou com a cabeça positivamente e, logo em seguida, sai correndo noite a dentro.</span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Havia muita coisa na minha cabeça. Flashes sobre minha conversa com Jade, o rosto de Nath... tanto para se desculpar, para corrigir. Mas eu sabia por onde começar: Kentin. Ele havia voltado e dissera que me amava. Queria fazer com que Ambre se apaixonasse por ele para que pudesse descobrir suas fraquezas e se vingar pelas coisas ruins que ela causara. E ainda estão juntos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Parei por alguns minutos para recuperar o fôlego e fui até o apartamento de Ken. Bati na porta rezando para que ele estivesse em casa e não com a Ambre. Mais algumas batidas e nada. Parecia que ele não estava ali, e a porta só se abriu quando eu já havia me afastado.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Emery? O que faz aqui?- disse, os olhos em nítida dúvida. Havia me esquecido que não tivemos um encontro muito agradavel no hospital, a bile subiu, acompanhando minha súbita vontade de socá-lo. Respirei fundo e me controlei. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> -Kentin... vim aqui porque temos um assunto pra encerrar. Eu tenho que entender o que você sente por mim, como me vê e saber a respeito do seu plano de vingança com a Ambre.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Ele parecia atordoado, e de fato, se deparar comigo fazendo perguntas desse tipo às dez horas da noite na porta de sua casa não era lá muito normal. Mas eu tinha pressa. Havia muito o que resolver e pouco tempo para para agir. E se Inkas não conseguisse evitar a partida de Jade?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Olha, eu sei que brigamos no hospital, estou disposta a deixar isso tudo de lado, mas eu preciso esclarecer as coisas, Ken. Por favor, me ajude. - Ele respirou fundo. A blusa de pijamas marcavam a silhueta de um corpo musculoso e forte. Ele fechou a porta e se sentou na calçada. Eu o acompanhei.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Não há mais plano de vingança.- Ele começou. Fiquei em silêncio, incentivando-o a continuar.- De fato, quando me aproximei dela pretendia achar alguma fraqueza, fazê-la pagar por tudo de ruim que fez. Mas aos poucos eu fui conhecendo a verdadeira Ambre. Uma garota que não é ruim, mas sim, extremamente insegura, com pais ausentes e que viu na indiferença aos outros uma forma de fingir que esta tudo bem. E quando eu menos esperava, eu já não queria mais fazer mal a ela, e sim ajuda-la a concertar as coisas. E eu amo você, Emery, por isso que fiquei tão alterado quando te vi com o Nathaniel no hospital. A questão é que tambem estou apaixonado pela Ambre e não sei o que fazer.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Ken coloco o rosto entre as mãos. Seus cabelos liso-ondulados caíram sobre as unhas e as pontas dos dedos. Sua confissão, definitivamente, explicava muita coisa. Coloquei a minha cabeça em seu ombro.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Sabe, Ken, nós sempre funcionamos bem como amigos. Pode parecer confuso agora, e acredite em mim, eu entendo de confusão, mas se você pensar bem e olhar dentro de você, lá no fundo, vai perceber que não me ama mais. - Nossos olhares se encontraram. Ele estava contemplativo, apesar de ouvir bem o que eu falava.- Você só precisa me deixar ir, Ken. Precisa seguir. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Ele riu e eu o acompanhei. Beijei sua testa e me levantei. Mandei-o dizer a Ambre que, caso queira, poderíamos começar de novo. Sem inimizade. Quando virei a rua, Kentin ainda estava acenando e gritando um "cuidado, está tarde". Dez minutos depois, eu estava na esquina na casa de Nath. Me sentei no banco do ponto de ônibus cuja tinta verde já começava a descascar. Estava exausta, o que me fez pensar se eu deveria entrar em alguma academia ou equipe esportiva do colegio pra melhorar o meu fôlego. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Emery? O que esta fazendo aqui?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Me virei e encontrei Nath. Estava com embalagens de fast food na mão e um copo de milkshake. Ele se sentou ao meu lado, mas ainda manteve uma distancia considerável. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Eu vim te procurar, Nath. Estava a caminho da sua casa mas resolvi dar uma parada e me lamentar por não ser atlética e estar cansada de correr depois de 10 minutos. - Ele sorriu. Ainda havia distância entre nós.- Eu gostaria de te pedir desculpa, Nath. Por te fazer esperar em minha casa enquanto eu conversava com o Jade e, em seguida, te pedir para ir embora. Eu sei que você entendeu que eu precisava ficar sozinha, mas não foi justo e nem legal da minha parte.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Esta tudo bem, Em's. Realmente. A única coisa que me deixou magoado foi o meu azar- ele disse, dessa vez com uma risadinha dolorosa- logo quando eu decido falar o que sinto para a garota que eu amo, logo quando ela me da um sinal de que é recíproco, o ex volta. O destino não gosta mesmo de mim. Mas agora, vocês dois vão poder se resolver e é isso que importa. Deu pra perceber que vocês se amam.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Nath sorriu novamente, da forma mais calorosa que conseguiu. Ele não estava me aquecendo, e sim, derretendo o meu coração. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Eu amo o Jade, Nath.- Eu disse, e percebi as lágrimas que se formavam ao redor dos seus olhos.- Mas não mais do que eu amo você, Nathaniel. Eu costumava a amar o Kentin, minha primeira paixão, desde criança. Mas ai conheci o Jade e decidi ter algo com ele. Foi uma decisão prematura, eu realmente queria ter algo a mais com alguem e por que não com ele? Acabei amando-o mais do que imaginava. Aos poucos, fui superando Kentin e, quando dei por conta, estava deitada numa maca num hospital por causa de um acidente. Queria Jade ali mas não havia ninguém. Até chegar você. Você foi o sol que derreteu o meu inverno. E por muito tempo, eu fiquei dividida entre me preocupar sobre o paradeiro de Jade e me envolver no seu calor. Agora estou dividida entre vocês dois. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Mesmo que não escolha agora, Em's, não irei desistir de você. - As palavras de Nath penetram meu coração. Eu o amava, era estúpido negar. O tempo passava, o frio chegou. A dor da escolha começava a crescer cada vez mais dentro de mim e, com ela, o sofrimento de perder algo que eu nunca mais iria reconquistar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Todavia, foi uma questão de segundo até que todo o espaço entre nós desaparecesse. Nath me beijou e meu coração, antes derretido, agora estava em chamas. Não foi demorado, foi rápido, urgente. Talvez essa tenha sido a forma de Nathaniel mostrar que entendia a angustia dentro de mim, ou ele, mais do que ninguem, precisava de me tocar. Ele se afastou. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> - Tenho que ir, Emery. Eu sei que precisa pensar. Que tem decisões pra tomar, mas eu não aguento esperar mais. Amanhã, as oito horas da noite, estarei na ponte da cidade. Se você for lá, eu saberei que me escolheu. Se não for... bem, terei que lutar mais. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Eu acenti. Me senti pressionada, um dia para decidir entre o meu sol e a minha rosa, mas sei que se esperasse mais tempo, eu poderia piorar a situação. Nos despedimos com um abraço forte. Senti o contorno dos seus ombros e a suavidade de sua clavícula no meu queixo. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Eu deveria, ou melhor, iria escolher. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> Chega de fraquejar. Hora de dar um fim nisso. Peguei o meu telefone e digitei um número super familiar:</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">- Alô, Inkas? Estou indo para ai. Estou indo ver o Jade. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"> </span><br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-66318753524588983172015-07-20T10:00:00.000-07:002015-07-20T10:00:49.231-07:00Capítulo 18- Esclarecimentos O ônibus escolar ,com os alunos que haviam ido para a excursão, chegou a noite, por volta das 20 horas. Marry foi a primeira a saltar, anunciando uma súbita necessidade por um banho de banheira quente com muitas espumas. Quando me viu, esperando encostada num poste, correu e me deu um abraço apertado, como se não me visse à décadas, não apenas três dias.<br />
<br />
-Não precisava me esperar, Em's. Você teve alta a pouco tempo, precisa de descanso.<br />
-Desculpe, Marry, mas eu vim porque preciso falar com Inkas. - Lancei-a um olhar sério, de forma que ela pode rapidamente perceber que eu tinha algum assunto pendente a ser finalizado.<br />
-Não volte tarde demais, ok? - Marry disse, com um tom de preocupação e curiosidade velada.<br />
<br />
Me encostei no poste, até que Inkas e Castiel apareceram junto a Íris e Violet. Eles se apressaram e me abraçaram de um jeito bem delicado, como se minhas costelas ainda estivessem fraturadas, então me adiantei e apertei-os com toda a minha força, mostrando que eu já estava melhor. Cas e Inkas se despediram e começaram a andar, mas me adiantei:<br />
<br />
-Cas, foi mal, mas teria como eu levar Inkas para casa hoje? Preciso conversar com ela.<br />
- Ahn, tudo bem, então.- Ele disse, surpreso e um tanto quanto decepcionado. Provavelmente, sua cota de beijinhos não chegara ao fim.<br />
<br />
A medida que Inkas e eu nos afastávamos dos demais, eu podia perceber a expressão de diversão em seu rosto se transformar em seriedade.<br />
<br />
- Em's está..<br />
-Jade apareceu na minha casa e pegou o Nathaniel me ajudando a por o sutiã- interrompi-a. Ela me fitou espantada com o jorro de palavras.<br />
-Por que diabos o Nath estaria te ajudando a por o sutiã? E como o Jade entrou na sua casa?<br />
-As chaves reservas estavam no vaso de orquídeas que Jade me deu e sabia que não é nada fácil por o sutiã com as costelas enfaixadas? Eu estava usando uns com a botoadura na frente, mas não havia mais desses limpos, então tive que usar um comum e pedir ajuda.<br />
-E..-Ela suspirou- mais do que as suas costelas, você também queria seguir em frente, certo?<br />
-Sim- e foi a minha vez de suspirar- ... se pelo menos eu soubesse onde Jade estava, eu poderia ter ido lá ou enviado uma carta...<br />
-Emme, eu...- Inkas parecia desconfortável, como se quisesse confessar algo (que eu já sabia)<br />
- Não, Inkas, eu sei que Jade não te disse onde estava, e tenho certeza que você me contaria caso soubesse, certo?<br />
<br />
Inkas parou, focando os olhos na calçada. As mãos se juntaram na frente do corpo, constrangida e um tanto quanto decepcionada consigo mesma. Ela não parecia saber como ou o quê dizer. Ainda cabisbaixa, abracei-a, de forma inesperada.<br />
<br />
- Eu sei que você estava mandando cartas para Jade, que sabia onde ele estava e que não quis me dizer. Sinceramente, eu te perdoo, apesar de querer saber o porquê.<br />
- Eu achei que manter Jade em segredo seria a melhor coisa a fazer pelo meu irmão. Ele queria espaço e eu tentei garantir isso. Espero que entenda.<br />
<br />
Eu entendia. Marry era uma pessoa repleta de qualidades e defeitos, mas nunca falhou como irmã. Eu não hesitaria em fazer algo que julgasse melhor para ela. Soltei Inkas e, quando chegamos na porta de seu pequeno prédio, me despedi. Atravessei a rua Penne e toda a sua arquitetura neogótica, indo em direção oposta a minha casa.<br />
- Onde você vai, Em's?<br />
- Tenho que descobrir onde Jade está antes que ele...<br />
- Em's,- ela me interrompeu, agora séria- ele está na minha casa. Para vê-lo, basta apenas subir as escadas.<br />
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***<br />
<br />
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-30588840970100123572014-06-19T18:34:00.002-07:002014-06-19T18:35:52.158-07:00Capítulo 17 - Novas dúvidas <span style="font-family: inherit;"> -Alô, quem fala? - Disse após atender o telefone.</span><br />
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<span style="font-family: inherit;"> -Em's? Aqui é a Marry. Que bom que você já chegou para casa!- Respondeu-me, com um tom animado na minha voz. Sempre que falava assim, dava pequenos pulinhos.- Eu liguei para o hospital e disseram que você já teve alta, então resolvi avisar que já estou indo para casa. Amanhã eu chego aí.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"> -Que bom, Marry! Não vejo a hora.- Tentei colocar um pouco de entusiasmo na voz, mas não foi bom o suficiente. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"> -Está tudo bem, Emery? </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"> -Claro. Porque não estaria? Estou em casa, afinal.- Falei, com mais convicção. Foi o bastante dessa vez.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"> -Sendo assim, até amanhã, Em. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"> Desliguei o telefone. Não, eu não estava nada bem. Assim que Jade foi embora, desci as escadas em direção à sala. Nath ainda me esperava e, com nós na garganta, pedi que me deixasse sozinha um pouco. Ele entendeu. Agradeci-o por ter sido tão gentil ao me trazer em casa e abracei-o, lisonjeada por toda a doçura que teve ao ficar ao meu lado durante os dias no hospital, antes de nos despedir.</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"> Agora, estava deitada na cama. E ainda estava chorando. Gotas quentes desciam pelo meu rosto, contornando meus olhos vermelhos e desaparecendo perto do pescoço. Lembrei de "Shades of Cool", música de uma das minhas cantoras favoritas, Lana Del Rey. Na versão <i>instrumental </i>da música, ela diz, em um vocal simples e quase inaudível, "<span style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.31999969482422px;"><i>You're crumbling sadly. I'm sorry. You're gone with me" (</i></span><span style="color: #141823;"><span style="line-height: 19.31999969482422px;">Você está desmoronando ,tristemente. Sinto muito. Você se foi comigo). Agora eu entendo essa frase. Quando Jade foi embora, eu fiquei destruída. E por tentar preencher o vazio que surgiu em meu peito, apenas me perdi ainda mais. E dessa vez, levei-o comigo. Ambos desmoronamos com nossas lágrimas, revelamos nossas dores e nos agredimos, usando nossos próprios sentimentos. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19.31999969482422px;"> Recordei-me do que foi dito por ele e, respirando fundo, tentei criar uma linha de raciocínio. Jade disse o porquê de ir embora, ou melhor, fugir, pois, quando temos problemas, abandoná-los é apenas uma forma de escapar temporariamente, já que podem crescer e afogar a esperança que ainda existia. Jade também não sabia do acidente, mas se me lembro bem, ele referiu-se a uma carta. E de repente, uma pequena possibilidade surge em minha cabeça: A caixa de correios.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19.31999969482422px;"> Desço as escadas aflita e desajeitadamente. Ao passar pela porta, a fragrância de amêndoas de Nath se mistura ao cheiro de jasmins e hortelã. Inspiro ,e <i>flashes</i> dourados, como o sol, e verdes, como a grama, se chocam em minha mente. Recupero-me e e vou em direção à cerca branca, e percebo que a haste lateral da pequena caixa laranja estava levantada, indicando que havia-se uma correspondência. Abri-a.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: inherit; line-height: 19.31999969482422px;"> Dentro, encontrei um pequeno envelope beje, com um selo de South Lake City. Sentei-me ali mesmo, e comecei a ler. Meus lábios tremiam, mas logo, a decepçao e dor que aquilo me causava se transformou em dúvida. Jade havia dito para avisar Inkas que ele havia "chagado bem". O fato de serem irmãos não era uma novidade, afinal, os cabelos verdes e o sorriso miego eram semelhanças bem perceptíveis, mas ela sabia que ele ia embora. Levantei-me. Amanhã, assim como Mary, ela irá chegar da excursão. E eu estou disposta a conseguir respostas.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14.44444465637207px; line-height: 19.31999969482422px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14.44444465637207px; line-height: 19.31999969482422px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14.44444465637207px; line-height: 19.31999969482422px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #141823;"><span style="font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14.44444465637207px; line-height: 19.31999969482422px;">OBS: <i>A carta que Emery leu pode ser encontrada no <b>Capítulo 13- Algumas Explicações.</b></i></span></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-48875820595868446422014-06-17T19:33:00.001-07:002015-07-20T07:59:42.682-07:00Capítulo 16 -Espinhos...<br />
-Nathaniel, por favor-, disse Jade- tem como nos deixar as sós? Queria conversar com Emery por alguns minutos.<br />
-Ahn, tudo bem, então-, respondeu.<br />
<br />
Peguei uma blusa larga,daquelas que ultrapassam os joelhos,e vesti-a. Mas ainda não possuía coragem para me virar e olhar em seus olhos. Minhas pernas bambearam, mas não caí.<br />
-Olhe para mim, Emery- disse, com tons agudos de sofrimento. Aquilo era doloroso para nós dois. Meus músculos se contraíram, minhas unhas se cravaram nas palmas de minhas mãos, e virei.<br />
Olhei-o em um misto de emoção e espanto. Seus olhos, ao contrário do que imaginei, estavam desbotados e fundos, sua pele, normalmente bronzeada, empalecera. Abaixei a cabeça, forçando-me a não chorar e sufocar o pensamento de que eu era a responsável por tanta destruição e dor. <i>Ele te abandounou, Emery. A culpa não é sua, </i>pensei.<br />
- É tão fácil substituir alguém,não?<br />
Fitei-o. Sua pergunta, mesmo dita em voz alta, não parecia ter sido direcionada a mim. Estava pensando alto.<br />
-Você voltou. Não achei que isso fosse acontecer.- balbuciei, gastando minhas reservas de coragem.<br />
-E pelo visto você não teve dificuldade em me esquecer- Senti-me como se tivesse sido estapeada por aquelas palavras. <i>Slap.</i><br />
- Queria que eu ficasse te esperando?<br />
- Eu te amava e...<br />
- Que forma adorável de demonstrar, não? Agora, abandonar alguém é o mesmo que dizer um "Eu te amo"?- <i>Slap. </i>Agora eu o havia acertado.<br />
Ficamos em silêncio. Ambos desviamos os olhares. Nossas vozes se amansaram.<br />
- Por que me deixou?- eu disse, sentindo as lágrimas quentes tomarem forma.- Por que não ficou comigo? Podíamos ter dado certo e...<br />
- Durante a noite, você chamava o Kentin. Sussurrava seu nome. Você estava se torturando para fazer o nosso namoro ser real e ...-Parou, respirando fundo- e isso me matava.<br />
Sentei-me na cama. Meu estômago se revirou. Eu era a responsável por Jade ter partido. Era simples. Mas eu o amava. Estava dividida, sim, confesso, mas nada que havia dito era mentira. Iria responde-lo, mas continuou:<br />
- Eu te mandei uma carta. Você poderia ter me mandado alguma notícia, um sinal de vida. Seria decente da sua parte.<br />
- Desculpe, mas tive alta hoje do hospital.<br />
- Hospital?- Ele perguntou, meio atordoado.<br />
- Alguns dias depois que foi embora, eu fui atropelada. Fiquei adormecida por alguns dias e tive que esperar algumas sequelas melhorarem, mas estou melhor agora...<br />
Ele se sentou em uma cadeira antiga encostada perto da porta. Tapou seus olhos com as mãos e apoiou seus cotovelos nos joelhos. E após alguns minutos em silêncio, Jade começou a soluçar. Estava chorando, rítmica e dolorosamente. Odiei-me. Por fazer Jade chorar, por ser distraída o bastante para ser atropelada e, simplesmente, por existir. Odiei-me tanto que também chorei. E, aos poucos, sussurrei:<br />
-Eu queria que você estivesse lá. Esperei horas, dias por noticias suas. Mesmo que ligasse dizendo que nunca mais queria me ver, seria algo bom, porque eu iria saber que você estava bem..- engasguei. A voz começava a falhar- Nath foi um amigo fiel. Estevava lá sempre que podia, deixando suas responsabilidades de lado para me reconfortar e apoiar... Então não me odeie por transformá-lo em um porto seguro. E não o odeie por me dar essa oportunidade.<br />
Jade se levantou. Enxugou as lágrimas na manga da camisa fosca e olhou-me, como havia feito diversas vezes. Mas eu desconhecia aquela expressão: Dúvida? Indiferença? Sustentei o seu olhar, vazio e oco. Depois, disse, com a voz ainda alterada:<br />
-Tenho que ir. Sugiro que troque o esconderijo de sua chave extra: O vaso de orquídeas que eu te dei não é muito seguro.<br />
E foi embora. Ouvi seus passos,descendo as escadas e, segundos depois, o bater da porta. O que eu deveria fazer agora? Novamente, eu estava perdida.<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-6755247975631786282014-04-27T14:41:00.001-07:002015-07-20T09:01:32.024-07:00 Capítulo 15- Retorno mútuo Minha casa parecia diferente. Eram os mesmos tons de tinta nas paredes e calhas, as mesmas plantas no jardim e a antiga bicicleta de Marry continuava jogada ao lado do vaso de orquídeas. Porém, ficar quase um mês no hospital me fez sentir uma saudade enorme de cada canto da minha casa, até mesmo do cheiro de pinheiro e da visão dos orvalhos durante as neblinas da madrugada.<br />
Nathaniel tocou o meu ombro. Ele havia abandonado as atividades de representante para me ajudar na volta. Olhei em seus olhos, mais dourados que nunca diante o sol, dei dois passos e abri a porta. O metal da maçaneta,frio, em minha pele.<br />
A casa estava um pouco empoeirada, mas não chegava ao ponto de incomodar. O que realmente me chateava era a ausência de meus pais: Sempre trabalhando com seus inquestionáveis chefes, independente da situação na qual eu e Marry poderíamos nos encontrar. O bom disso é que aprendemos a nos virar sozinhas, e logo fui preparar algo para que eu e Nath possamos comer.<br />
A principio, Nathaniel relutou, dizendo que eu deveria estar de repouso, mas logo o convenci, alegando que ficar dias no hospital, deitada numa cama o dia e a noite toda já era repouso suficiente pra todo o resto da minha vida. Peguei massa, ovos e leite, acrescentei fermento, e preparei a massa de um bolo. Coloquei-o no forno.<br />
Nath estava sentado no sofá da sala, as costas escoradas nas almofadas turquesas, esticando a blusa sobre seu tronco e expondo o formato de suas omoplatas. Avisei-o que iria trocar de roupa. Não aguentava mais usar um conjunto branco de malha. Subi as escadas, ainda receosa sobre o que poderia encontrar no meu quarto.<br />
Abri a porta, me deparando com a sensação de saudade do único lugar inviolado, que até Marry sabia que não deveria entrar sem minha permissão. Sim, aquele era o único local no qual ninguém conseguira me atingir, já que até meu coração havia sido ferido. Kentin, Jade... Quem seria o próximo?<br />
Me livrei dos desvaneios. Peguei uma blusa antiga no guarda roupa, vermelha e surrada, daquelas que vão até o joelho, coloquei um shortinho preto comum e desci. E não acreditei no que encontrei.<br />
Em menos de 10 minutos, que foi o tempo que levei para ir ao meu quarto e voltar, Nath havia adormecido. A cena me comoveu. Sempre me visitava no hospital e deixou de viajar com a turma para poder me ajudar. Ás vezes, ficava até tarde da noite me esperando dormir e já estava acordado quando eu me levantava. Devia estar exausto. Mas o sofá não era tão confortável, então decidi levá-lo para a cama.<br />
- Nath, acorda. Você não pode dormir aqui.<br />
-Aahn! Desculpe, Em. Já vou me levantar e te ajudar a arrumar as coisas.- respondeu, bocejando e com os olhos piscantes.<br />
- Não é isso, Nath. O sofá é desconfortável, vêm, pode deitar na minha cama.<br />
- Na sua cama? Tem certeza?<br />
- Claro! Descansa um pouco enquanto eu faço a cobertura do bolo, e quando tudo estiver pronto eu te acordo. Agora vêm.<br />
Ajudei Nathaniel a se levantar, passando seus braços pelo meu ombro, e subimos as escadas. Deitei-o na minha cama, e vê-lo do lado dos meus ursinhos de pelúcia foi um tanto quanto engraçado. Dei-o um travesseiro e o encobri com um edredom azul. Ele dormiu novamente.<br />
O tempo passou e, com menos de duas horas, o bolo, a cobertura (com pedacinhos de morango que achei na geladeira) estavam prontos. Fiz suco de laranja, meu favorito. Olhei as horas e já eram quase sete da noite e eu não havia tomado banho ainda. O quarto de Marry e de meus pais estavam trancados, e já que Nath dormia no meu, resolvi usar o chuveiro do banheiro comum.<br />
A água caia sobre o meu corpo, quente e suave, em contraste com os meus pés, dançando ao toque da cerâmica fria. Meus cabelos, encharcados, grudaram-se contra minhas costas, alcançando até minha cintura. Tudo estava muito bem, mas a sensação vazia que tanto me perseguia anteriormente, me atingiu. Vejo Jade, indo embora, deixando tudo para trás. Sem motivo algum para fica ao invés de ir e me deixar. Penso em Ken, treinando exaustivamente para mudar, para poder superar o amor que sentia por mim e que eu não conseguia enxergar e perceber. Nath, me vigiando durante a noite, esforçando-se para se manter acordado para poder me ajudar caso eu necessitasse.<br />
Por que todos ao meu redor não podiam ficar apenas bem? Eu, definitivamente, era um imã de dor, ou pelo menos, decepção. Não só para os outros, mas também para mim mesma. Ser hipócrita o bastante por permitir Kentin se vingar de Ambre com aquele namoro falso. Tão obsessivo que, até hoje, estão juntos, e pelas noticias que recebi, felizes. Ser fraca por fugir quando Ken me ofendeu. Ser distraída a ponto de ser atropelada... Não, minha inimiga não é a Ambre.Sou eu mesma.<br />
Cai de joelhos, a água corrente contra minha nuca, sufocando as lágrimas que brotavam e escorriam. As faxas e bandagens estavam envolvidas por um plástico na altura da costela,para que a água não as danificasse. O vento frio que entrava pela janela me arrepiou. Já haviam se passando cerca de 20 minutos desde que entrei no chuveiro, ou seja, um banho consideravelmente demorado. Peguei minha toalha, sequei-me. E percebo que esqueci de pegar as roupas no meu guarda roupa.<br />
<i>Bem, terei que ir ao meu quarto,</i> pensei. Enrolo-me na toalha, e sorrateiramente, entro no meu quarto. E não há ninguém deitado na minha cama. <i>UFA! Nath deve ter acordado e decido ir comer. </i>Fecho a porta e desamarro a toalha, deixando-a cair no chão. Abro o guarda-roupa e opto em pegar um vestid...<br />
-Emery!- A voz de Nath surge, ambos surpresos. Me viro, e o encontro do outro lado do quarto, olhando-me nua, em pânico.-Desculpe, eu usei seu toalete e ouvi alguém fechando a porta e...- gaguejou.<br />
-FECHE OS OLHOS, NATHANIEL!- e me enrolei na toalha novamente. Quando estava coberta, disse-o: -Pode abrir agora.<br />
Nath me olhou, envergonhado. Tentou balbuciar desculpas mas o interrompi; -Está tudo bem,a culpa não é sua. Eu devia ter avisado. Vamos só esquecer isso, okay? - Ele balançou a cabeça e foi em direção a porta, ainda com o rosto bem vermelho.<br />
-AH!Nat, espere! Já que você está aqui, tem como prender o meu sutiã? É um pouco complicado e... Bem, uma ajudinha poderia ser util.<br />
- Ahn, okk, Em's.<br />
Virei-me de costas e abaixei a toalha, deixando-a cobrir apenas a minha cintura. Senti seus olhos nas minhas costas. Aos poucos, Nath se aproximou , e arrepiei quando, enquanto pegava o fecho, tocou minha pele e o curativo. Prendeu-o com rapidez, como se fosse simples tirar e por peças intimas.<br />
-Pronto- ele disse, mas não tirou as mãos de minhas costas. Deixou-as cair, escorregando até a minha cintura. - Emery... Em's..<br />
Seus dedos, firmes, porém com calos e judiados com o trabalho de representante, pegou meus cabelos e os deixaram de lado, abrindo espaço para que seu hálito doce e quente se chocasse contra o meu ombro. - Eme...- Nath sussurrou, mas foi interrompida, por uma voz, tão familiar quanto a minha própria.<br />
-Estou interrompendo, Emery?<br />
Nath se separou, com certeza, corando. Mas eu permaneci imóvel, o estômago contraído de pânico e saudade. Não possuía forças para me virar e encarar quem estava na porta.<br />
- Nem sequer mereço que olhe pra mim enquanto falo com você?- Disse, com o tom amargo, como se estivesse dominado por ódio e dor. Virei-me, sabendo que o verde de seus olhos, que se escureciam quando estavam em aflição, seria mais doloroso que um tapa ou ,até mesmo,facadas. Virei-me:<br />
-A quanto tempo.... Jade.<br />
<br />
***Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-64020022505871704112014-02-10T13:54:00.002-08:002014-02-10T13:54:30.686-08:00 Capítulo 14: Um flor que, sozinha, murcha Inkas, estirada na cama, agarrou firme a caneta. Era incrivelmente boa para dar conselhos, mas escrever uma carta, era algo completamente diferente. Respirou fundo, e, imediatamente, sentiu os lábios vermelhos e quentes de Castiel em suas omoplatas, cobertas por uma blusa de tecido fino, subindo até a clavícula esquerda, deixando rastros incendiários por onde passava. Era assim que Cast, seu namorado, acalmava-a: de uma forma sensível, doce e íntima.<br />
Suspirando e ordenando a linha de raciocínio (ou, talvez, tentando apenas conter os leves e constantes tremores que percorriam seu corpo), começou:<br />
<br />
<i> North Ocean, 17 de agosto de 2012</i><br />
<i> Irmão,</i><br />
<i> Desde que embarcou para South Lake City, não tenho mais notícias suas. Como está? Espero que bem. Aqui é muito sem vida na sua ausência, Jade. As flores do jardim da Sweet Amoris estão, em sua grande maioridade, mortas, já que nem você e Emery estavam lá para cuidá-las. Agora, as únicas cores que se pode encontrar são os das roupas extravagantes de Ambre e o verde de meus cabelos.</i><br />
<i> Mas, sem desviar de assunto, escrevo-lhe com ótimas notícias. Logo, graças a uma excursão escolar, irei passar dois dias em Phoenix, ao lado de toda a minha turma e, portanto, creio que pode ser a oportunidade perfeita para que você volte para North Ocean e converse com Emery. Coincidentemente, ela receberá alta um dia após a minha viagem, então pode surpreende-la na casa de Marry (a irmã, lembra?). </i><br />
<i> Lembra de como os cabelos da Em's costumava a dançar quando estava com você? Como os seus olhos brilhavam quando ela te via na esquina, e corria para te abraçar? Ou quando ficava corada, quando você, gentilmente, passava os anéis dos dedos sobre a bochecha e repousava em seu queixo, alinhando-a para um beijo </i>? <i>Desde que você se foi, Jade, e Ken deixou-a completamente , Emery nunca mais foi a mesma. </i><br />
<i> Os únicos momentos em que vejo traços de seu verdadeiro eu, é quando está, ou cercado por amigos, rindo e fazendo palhaçadas, ou quando está com Nath. Pelo o que consigo presenciar, ele funciona como um sol para ela, transferindo sua luz e deixando-a radiante. Mas quando o sol se põe, o brilho vai embora, arrastado pelo vento e pela lembrança do atropelamento.</i><br />
<i> Você, sendo um irmão mais velho, deve estar se perguntando como anda o meu relacionamento,e tenho o prazer de te dizer que estou extremamente feliz ao lado do meu "tomate". Mas te peço que não conte a Emery sobre sermos irmãos e sobre eu saber onde você está. Ainda não tivemos uma oportunidade adequada para que eu possa contá-la e creio que ela poderia se zangar pelo meu silêncio. </i><br />
<i><br /></i>
<i> Aguardo, ansiosamente, sua resposta.</i><br />
<i> Abraços, </i><br />
<i> Inkas.</i><br />
Levantando-se, Inkas entregou a carta a Castiel, que imediatamente se prontificou de mandar para o correio. Em pouco tempo, seu irmão poderia entrar em contato.<br />
<br />
<br />
**** Dias depois ****<br />
<br />
Jade encontrou, dentro da caixa de correspondências, um envelope turvo, de tom gesso.<br />
Retirou a carta, escrita com a letra legível, porém desastrada, de sua irmã. Enquanto percorria o terceiro parágrafo, seus olhos se encheram de lágrimas. Não era capaz de imaginar Emery murchando, como as flores do jardim da escola.<br />
Mas algo o deixou alarmado: Inkas havia dito " não conte a Emery sobre sermos irmãos e sobre eu saber onde você está. Ainda não tivemos uma oportunidade adequada para que eu possa contá-la e creio que ela poderia se zangar pelo meu silêncio.". Mas ele já havia escrito, dizendo a Em's sobre eles serem irmãos e deixara claro, mesmo que implicitamente, que ela sabia onde ele estava. Aquilo seria um problema? Não respondeu, apenas pegou o telefone em busca de passagens.<br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-82509014736458935572014-02-08T09:18:00.002-08:002014-03-01T15:21:14.694-08:00Capítulo 13- Algumas explicações Jade amassou, pela milésima vez, a folha de papel em cima da mesa. E, novamente, recomeçou a carta:<br />
<br />
<i> South Lake City, 14 de agosto de 2012</i><br />
<i> Querida Emery,</i><br />
<i> Como eu queria poder te explicar o por quê de ter te abandonado dessa forma. Ainda me lembro de como foi a nossa última noite juntos: Doce, nossas mãos entrelaçadas, enquanto eu escondia uma aflição tremenda por saber que deveria deixá-la na noite seguinte. </i><br />
<i> Nunca, Querida Eme, duvide de que te amei, mas sabe como é acordar, na maioria das noites, com a pessoa deitada ao seu lado sussurrando o nome de outro enquanto sonha? "Kentin... Ken..." Não sei se entende a teoria do "amor-próprio", mas, da mesma forma que eu a amava cada vez mais, vê-la tentando aprender a amar-me era tortuoso. </i><br />
<i> Espero te encontrar algum dia novamente. Aqui, em South Lake City, costuma a chover quando tem sol, logo, formam-se três ou quatro arco-íris. Cada cor me lembra algo daí. O vermelho de suas bochechas, coradas, o laranja e violeta das flores que você cuidava no jardim da Sweet Amoris, o azul claro das manhãs em que você acordava descabelada, e o escuro das noites nas quais, Emery, você se debruçava sobre a minha barriga e acabava dormindo. O amarelo dos cabelos de Ambre, que voaram soltos, quando você deu-a um tapa (aliás, muito bem dado) no rosto dela, e a que eu mais gosto: O verde, dos cabelos de minha irmã, Inkas, enquanto vocês duas andavam juntas pela cidade.</i><br />
<i> Devo ir visitá-la um dia desses, e espero que não guarde rancor de mim, pois eu mesmo já me odeio o bastante por tê-la deixado. Mas sei que, comigo por perto, você não iria lutar pelo seu verdadeiro amor. </i><br />
<i> Cuide de Inkas enquanto eu não estiver por perto. Diga-a que a amo e que cheguei bem. Agora, Emery, tenho que me despedir. Não sei quando esta carta chegará, ou SE um dia irei ser capaz de enviá-la, mas sinto falta de cada célula de seu corpo, cada fio de seu cabelo e pedaço de sua personalidade, confusa e apaixonante.</i><br />
<i> </i><br />
<i> Cuide-se, Meu amor.</i><br />
<i> Jade</i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Voltando a realidade e se livrando do entorpecimento causando por todas aquelas lembranças e emoções, Jade guardou a carta na gaveta. Deitou-se na cama, mas, inquieto, se levantou novamente. Ele iria ser corajoso. Ele iria noticiar Emery.<br />
Suspirando, pegou o envelope, botou o papel dentro, e se dirigiu ao correio.<br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-67265685727453917102013-09-02T14:34:00.000-07:002014-06-19T18:18:52.993-07:00 Capítulo 12: Entre palavras e dores Kentin estava parado na porta. Os olhos, que se flexionaram para analisar a posição em que Nath e eu estávamos, relaxaram em segundos e logo estavam fixos ao lado de um sorriso. Ele andou em direção a Nathaniel e colocou os dedos em seu ombro,mas mantendo distância do meu corpo na maca.<br />
<br />
- Vejo que está bem, Emery. Fico feliz que já superou o acontecimento.- Disse, com o tom neutro e amargo, cortante como vidro.<br />
- Sim, Nath e os demais sempre vêm me visitar quando podem. Isso ajuda muito na melhora e logo terei alta. Sabe como as coisas são, Kentin: Quando realmente se preocupam, pessoas cuidam e não machucam. - Respondi, usando minhas palavras para estapeá-lo. Pude ver o seu peito descer e subir irregularmente, ofegando.- Soube de você e Ambre. Meus parabéns, fico feliz!<br />
- Obrigado, Emery! Temos que dar valor antes de perder. Isso deve ser familiar para você.<br />
<br />
E era. Ken referia-se ao fato de nunca ter dito nada sobre o que sentia por ele, mesmo sabendo que ele sentia o mesmo, que era mútuo. A sensação de ouvir aquilo foi como ter pequenas agulhas enfiadas na minha garganta, furando lentamente minhas artérias, veias e nervos.<br />
<br />
- Vou deixar que conversem com calma. Tenho que ir embora já que tenho alguns relatórios da classe para fazer.- Disse Nath, quebrando o silêncio da sala. Ficou de pé, beijou minha testa e saiu, despedindo-se de Ken com um leve aceno de cabeça; formal e gentil.<br />
<br />
Ken olhou-me como se buscasse uma solução. Nunca vi aquela expressão fria e dura em seu rosto, capaz de me atravessar como uma lança afiada faria.<br />
<br />
- Você sabe, Emery! Sabe que não amo a Ambre, Eu lhe disse que era parte do meu plano e...<br />
-Não precisa terminar, Kentin! Qual o fundamento desse plano? Deixá-la zangada quando você lhe dar uma blusa barata no aniversário de namoro? Quer mesmo que eu te espere enquanto você beija outra garota? Não seja tão egoísta!<br />
- Você é a egoísta , garota! Você que não aguenta ser abandonada e já sai procurando outro namorado!<br />
- Eu e Nathaniel somos amigos. Estávamos apenas juntos como qualquer pessoa normal poderia ficar. Não sou desse tipinho que troca de namorados quando quer!<br />
- Inventa outra! Você só quer atenção e todos sabem disso. Por isso que você se jogou na frente de um carro! APENAS PARA GANHAR ATENÇÃO!<br />
<br />
E novamente tive o corpo perfurado. Não por agulhas, mas por facas capazes de dilacerar membros apenas com um deslizar de lâmina! Faltou oxigênio no ar, como se estivesse me estrangulando de forma linda, dolorosa e lenta. Quando voltei a mim, minha voz estava fraca.<br />
-Então é isso que pensa de mim? Sou a garota que só quer atenção? Que se atirou na frente de um carro? <br />
- Emery, eu...<br />
- Chega, Kentin! Vá embora agora e não volte!<br />
- Não, não vou sair daqui enquanto não me deixar explicar. Não foi minha intenç...<br />
- Então saiu eu!<br />
<br />
E me levantei, batendo a porta e correndo pelos corredores e escadarias. Ainda possuía sequelas do acidente e Ken facilmente iria me alcançar, mas o sentimento de tristeza e ódio que se contorcia dentro de mim era incontrolável e, portanto, consegui despistá-lo. A euforia me envolveu, guiando-me às cegas e quando percebi, havia acabado de chegar ao jardim pelas portas do fundo.<br />
Aquele ambiente não era estranho de certo modo. As flores, os cheiros, a maneira de que as plantas estavam organizadas... tudo me lembrava o clube de jardinagem onde conheci Jade. Sacudi a cabela, me livrando do entorpecimento causado pela lembrança e concentrei-me no azul do céu.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-91819552552216869212013-08-16T18:42:00.001-07:002014-02-08T10:13:42.378-08:00Capitulo 11: Margaridas, tomates e uma pitada de Inkas Acordei com um toque no meu braço direito. A mão era firme e quente, como carvão em brasa. O dono obviamente, era Castiel, que me encarava com uma expressão curiosa; a pele branca e pálida em contraste com as labaredas do cabelo vermelho.<br />
- Emery, desculpe te acordar, mas... preciso conversar com alguém. Sabe, eu também tenho coração, mesmo sendo mais duro que o da maioria!- E sorriu, fazendo-me rir junto.<br />
- Nunca duvidei disso, Castiel. Está tudo bem? Aconteceu algo?<br />
- Estou com um problema, e o nome dele, ou melhor, dela, é Inkas!<br />
- Bem, - me endireitei na maca e puxei-o para perto, deixando que senta-se na cadeira de visitantes ao meu lado.- Estou aqui, pode começar quando quiser!<br />
-Vou te contar uma história:<br />
Eu e Inkas fomos ao parque. Estava nevando e a água do lago estava congelada, com patinhos escorregando alegres pelo gelo fino. Ela sempre foi corajosa e tomou a iniciativa, pegou a minha mão de forma firme e encaixou-a no bolso do casaco junto a dela porque eu estava sem luvas. Ela sorriu, e, mesmo tímida, conseguiu me fazer corar. Isso nunca havia acontecido antes, NUNCA HAVIA CORADO COM UMA GAROTA E...<br />
- Calma,- interrompi-o, - não há nada demais nisso. Enquanto for vivo e sangue circular nas suas bochechas, você vai corar, Cast!<br />
- A questão não é essa Em's, você vai entender! Continuando, eu e Inkas passamos em frente a uma barraca de flores, e comprei algumas margaridas para ela. Ela carregou o buquê como se fosse feito de ouro maciço e não pude evitar algumas risadas quando ela tropeçava em alguns degraus da escadaria do parque. Sentamos em um banco, perto de alguns pinheiros com folhas presas em flocos de neve e ela começou a rir sozinha. Quando perguntei o que havia acontecido, disse que meu cabelo era como tomates e eu ri muito daquilo. Sempre gostei da maneira que ela vê o mundo.<br />
" Já que estava tarde, ela resolveu ir embora, mas já que mora a algumas quadras de onde estávamos, não permitiu que eu fosse com ela. Estávamos saindo do parque quando, de repente, não me segurei e beijei-a. Eu precisava sentir aquele hálito doce, tocar aquele cabelo verde-esmeralda e saber que ela era minha e de mais ninguém. Pensei que ela iria me empurrar com aqueles dedos pequenos, mas ela me correspondeu, com um desejo voraz e claro. Nossos lábios se mexiam como se fosses as duas últimas peças perdidas de um quebra-cabeça e no entanto, depois de perceber que por mais que desejasse a essência do outro, também necessitava de oxigênio, nos afastamos. Apenas o suficiente para ar entrar nos pulmões, mas negando tirar minhas mãos de sua cintura. "Tenho que ir, Cast!", e assim ela se foi, sem nem mesmo um "até logo!". - Emery, acho que estou pirando! Não sei se ela me ama ou se está jogando comigo. O QUE EU FAÇO?<br />
- Simples, Castiel: Peça Inkas em namoro! É claro que ela te ama e você também sente o mesmo por ela, e nem tente negar!- Sorri para ele.- Amor não é um problema, é uma solução! Agarre-a!<br />
- Obrigado, Em's.- Ele beijou minha mão- Ainda bem que tenho você aqui comigo, irmanzinha! haha- Agora tenho que ir! Fica bem logo, tá?<br />
-Ok, Castiel! Volte logo e traga NOSSA Inkas junto.<br />
<br />
Castiel foi embora. Pensei vagamente na história e escrevi em um pedaço de papel a fórmula:<br />
<br />
<b>margaridas + </b><b>Cabelo de tomate + pitada de Inkas = Amor</b><br />
<b><br /></b>
<b> </b>Acho que isso serve para mim! Enquato vagava pelo quarto, alguém bateu na porta. Pedi que entrasse e Nathaniel surgiu, com uma blusa verde e calças <i>jeans</i> azul claro. Ele veio em minha direção e, como o de costume, endireitou-se ao meu lado da cama, deixando me envolvida em seus braços como fazia desde quando acordei, há uns 4 dias atrás. Estávamos próximos, de maneira que Nath me iluminava como o Sol faz com a Terra. Conversamos alegremente e, cansada, repousei minha cabeça em seus ombros e minha mão em seu peito. Continuaria assim, mas a porta se abriu e, pensando que era novamente o médico, nem nos separamos. Mas não era o doutor. Quem estava parado, fixando o olhar em nossos corpos alinhados era <i>Kentin.</i><br />
<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-19323457487348874152013-08-16T13:14:00.000-07:002014-06-16T18:37:41.960-07:00Capítulo 10: Dourado sobre o branco<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> </span><i style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">Haviam espinhos em toda a parte. O sol estava brilhando fraco e aos poucos ia se desfazendo, como feito de migalhas. </i><span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"><i>Este então é o fim do mundo?</i></span><i style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">, pensei, mas antes que concluísse a linha de raciocínio, um zumbido feroz cortou o ar, indicando que algo se aproximava. No horizonte, uma forma negra apareceu e, em alta velocidade, tomou forma: um carro. Quando me preparei para correr, percebi que não conseguia mexer minhas pernas, mas já era tarde; o carro estava bem na minha frente e....</i><br />
<i style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> </i><span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">Acordei. Estava deitada em uma maca hospitalar branca, assim como todo o quarto. Na cabeceira, haviam rosas vermelhas com um bilhetinho assinado com a caligrafia de Mary. No sofá, havia um garoto de cabelos lisos e loiros dormindo. </span><i style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">Nath,</i><span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">pensei, </span><i style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">O que está fazendo aqui? </i><span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;">Ia me levantar e acordá-lo com um abraço, mas uma onda de dor surgiu na costela e percorreu meu corpo, fazendo-me gemer. Creio que o som roco de minha garganta foi mais alto do que o esperado, já que Nathaniel acordou e, apressadamente, levantou e se sentou ao meu lado.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> Ele me olhou com intensidade, os cabelos desgrenhados, o pulso firme e a boca rígida. Pareceu ouvir as dúvidas em minha cabeça, como se eu as tivesse dito em voz alta.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> -Você foi atropelada, Emery. O motorista fugiu, mas você vai ficar bem e é isso que importa.- Tocou de leve a minha mão, como se eu fosse um vaso frágil prestes a quebrar. Mas eu não era, e , portanto, puxei-o para um abraço apertado que, através de toda a dor que me gerou, foi a única forma de digerir todas aquelas informações. Nath sentiu o quanto eu necessitava daquilo e não me afastou, apenas me envolveu suavemente, arqueado minha cabeça em seus ombros, como um bom amigo faria.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - Nath, quero ir embora daqui! Tenho aula e as provas estão chegando e...</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> -Emery- ele me interrompeu, suave e calmo- as provas foram a dois dias atrás. Você está aqui há mais de uma semana!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> Foi como se um punhal se enterrasse entre os meu ossos. Me lembrava vagamente do que havia acontecido: A chuva caindo, meus cabelos soltos, Jade indo embora, o garotinho Luis, o farol amarelado do carro e a dor estrondosa antes da total escuridão, mas ficar inconsciente por 7 dias era demais! Nath sentou ao meu lado, e colocou uma mecha dos meus cabelos abarrotados atrás da orelha. Aos poucos, esticou-se e passou seu braço esquerdo por trás da minha coluna, deixando-me usá-lo como travesseiro.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> Ficamos assim por um bom tempo. Nenhuma palavra dita, nenhum pensamento exposto, apenas o toque do corpo e o calor que irradiava de Nath. As pessoas falavam que Castiel era como o fogo, enérgico e quente, e Nathaniel como pedra, sério e focado, mas discordo. Nath é tão brilhante quanto o Sol, ainda mais com o bronze de sua pele e o dourado de seus cabelos.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - Estes dias, Inkas, eu, Mary e até o Castiel vieram te ver. Rosa e o Lys vão vir amanha, quando sairem da loja. Todos estão preocupados e adorarão saber que acordou.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - E Kentin? Jade?- Perguntei, a voz fraca e inexpressiva.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - Jade ainda não apareceu e Kentin está numa viagem com Ambre. Os dois oficializaram o namoro logo após o seu acidente. Sinto mui...</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - Não se desculpe, Nathaniel. Eu e Ken somos amigos, bem, ou fomos, e não tenho nada a ver com a vida pessoal dele. Jade também sabe se cuidar, ele vai ficar bem. Eu não sei é como eu vou ficar nessa história.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> - Você tem amigos. Alguns, como a Íris, não te visitaram por diversos motivos, mas mandaram cartões e chocolates. Estão junto com as flores de Mary. E acima de tudo, tem a mim, e nunca abandono meus amigos, ainda mais quando são como você, especias de mais pra se perder.- Suas bochechas coraram, e eu me inclinei para beijar sua testa, bem na hora em que o médico entrou pela porta:</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> -Desculpe interromper- disse, claramente envergonhado- mas a senhorita Emery precisa de descanso. Poderá vê-la amanhã,e não adianta dizer, mocinha, que não quer repousar. São normas do hospital!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> E antes que eu evitasse, Nath se levantou, beijou minha bochecha e sussurrou um "Até amanha, Emery!". Parou na porta e antes de se retirar, sorriu para mim, me fazendo rir junto consigo. Tentei virar para o canto, focando o olhar nas pétalas vermelho-sangue das rosas. Adormeci logo após.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Dosis, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 22.5px; text-align: justify;"> </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-32636923615263557602013-06-15T14:12:00.001-07:002014-06-16T18:34:19.261-07:00Capítulo 9: O carro Estava frio. Jade foi embora há dois longos e tortuosos dias, deixando-me aflita, sem saber onde e como estava. Além disso, haviam 2 coisas que não conseguia me livrar desde então: Pesadelos horríveis e choros frequentes. Esses pesadelos eram sempre os mesmos:<br />
<i> Era noite com neve e eu andava por uma rua deserta sozinha. O céu estreladamente obscuro, chamava minha atenção e deixava-me distraída até que, atravessando uma avenida, percebo um carro descontrolado</i><i> vindo em minha direção até que, na hora que iria arremessar me aos braços da morte, alguém entrava na frente. Quando eu me virava para ver quem era, me deparava com o rosto de...</i><br />
Eu acordava sempre na hora em que iria ver a face do meu salvador. O cheiro de sangue e metal presente nos sonhos inundou minha cabeça, deixando-me zonza. Segurei em um poste ao meu lado para que não caísse no chão e continuei a caminhada. Ainda estava escurecendo, mas os últimos raios de sol que separava a noite do dia já haviam ido embora. Classic, a loja de roupas favorita de Rosa e Alexy, estava fechada. Para ser sincera, apenas o parque, lugar em que chorei por Kentin, estava aberto.<br />
Eu deveria conseguir, ou pelo menos tentar,esquecer Jade. Mas uma parte de mim gritava em minha cabeça exigindo que o procure e faço-o com que explique o que aconteceu para ele me abandonar. Um garotinho atravessou a rua, correndo para acompanhar os passos rápidos do pai que segurava sua mão. Era lindo, e possuía cabelos castanhos e olhos claros, realçando uma blusa escrita "Ame o Luís!"<br />
Observei-os irem embora e parei na enorme ponte de ferro que cortava o rio Syanna. Pequenos flocos de neve desciam, fazendo-me virar a cabeça e recebe-los com a boca. Soltei uma risada doce e psicótica, uma vez que o gosto das pequenas bolinhas brancas era gélido e provocava cócegas ao entrar em contato com a língua. Apoiei os meus braços na grade negra e esperei alguns minutos, sentindo a neve descongelar e derreter em minha pele clara. O vento soprou os meus cabelos, deslizando com o meu lenço vermelho e fazendo com que voasse até a avenida principal.<br />
Corri para pegá-lo e agarrei-o quando pousou no meio da rua. <i>Eu conheço este lugar. É onde eu ia ser atro... </i>E antes de que eu pudesse concluir a linha de raciocínio, um carro louco surgiu, avançando ao meu encontro. O farol amarelo e forte me cegou, deixando-me congelada, perdida demais para que pudesse me desviar. Era agora que alguém deveria aparecer e me salvar, mas não havia ninguém. Enquanto, as lágrimas desciam doloridas pelo meu rosto petrificado, o carro vinha em minha direção...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltYp-S4epfDfLgLhNBVTeYHIaUk4NqgLo7yEUk4zVjWDlFV2I3sghJeV_7WbmMXK0N3VlsCBHF0mHNwEgIn7UhuCWrEvco-XQWYVzzxJ9Kvj8ja6kpQmFI2fRD_xGZoOXDCKNiCweBjsI/s1600/lis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltYp-S4epfDfLgLhNBVTeYHIaUk4NqgLo7yEUk4zVjWDlFV2I3sghJeV_7WbmMXK0N3VlsCBHF0mHNwEgIn7UhuCWrEvco-XQWYVzzxJ9Kvj8ja6kpQmFI2fRD_xGZoOXDCKNiCweBjsI/s320/lis.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-59250859780633693642013-06-12T19:17:00.001-07:002013-06-12T19:17:52.523-07:00Capítulo 8: Dia dos Namorados... Acordei com o hálito de Jade no meu rosto. Era doce como as rosas vermelhas que tinha no jardim de sua casa. Usando delicadamente seus braços, afagou calmamente minha cintura e me levantou, deixando-me com a cabeça em seu peito. Após alguns beijos, tirei sua camisa e deitei-o sobre o meu corpo, encaixando seus braços ao contorno de minha cintura. Ainda estávamos vestidos, mas sabíamos que, mesmo se não estivéssemos, não faríamos nada de mais com apenas 2 semanas de namoro então, paramos para respirar um pouco.<br />
Girei, deixando meu tronco encima do seu. Tirei minha blusa de frio, percebendo o quanto que o calor da pele de Jade conseguia me aquecer, e aproximei-me para tocar seus cabelos claros. Caí ao seu lado, mãos uma sobre a outra e olhos focados no nada, como em um sonho. Ele se virou, me encarando com os olhos luminosos, e retribuí com um sorriso.<br />
Tempo atrás, descobri que Kentin ainda sentia o mesmo de antes por mim. As vezes me pego pensando em como seria se tivéssemos tido coragem de assumir o que sentiamos, mas afasto essas ideias, aliás, eu também estava dividida. Dividida entre flores e biscoitos, entre a estabilidade e confiança da terra e a ardência e fervura do fogo.<br />
Mas eu devo me lembrar de que o plano, ou melhor, o sacrifício de Ken para me manter protegida de Ambre ainda estava ocorrendo. Acho que mereço um pouco de paz, pois, aliás, era domingo... e dia dos namorados! Marry estava ocupada demais comprando presentes para o Lysandre e Rosa viajou com Leigh, então, iria fazer compras com o Alexy e seu ego modista refinado.<br />
Primeiro entramos na Hugs, loja de preços e estilos super variados. Compramos algumas coisas, tal como uma calça skinny de couro e verniz e uma blusa "cashmere" rosa-bebê. Para dar á Jade, achei um colar de ouro, de pequenas ondulações e um pingente em forma circular. Nossa foto estava dentro.Após eu pagar, Alexy me segurou pelo braço e me arrastou pelo shopping inteiro! Foi divertido passar o dia com alguém tão meigo e animado! Era tudo que eu precisava para relaxar e tirar a pressão de meus ombros.<br />
Quando cheguei na casa de meu namorado, tive muito cuidado para não fazer barulho e fazer uma surpresa. Subi as escadas descalças e preparei seu presente. Nenhum ruído era emitido, como se estivesse vazia.<br />
Passei pelo banheiro e sala, mas estavam tão vazios quanto os demais cômodos.<i>O quarto,p</i>ensei.Assim que entrei pela porta de mármore lustrosa, o embrulho do colar caiu no chão, fazendo um som metálico e áspero. Minha expressão estava congelada em uma mistura de dúvida e terror.As gavetas estavam vazias e o guarda-roupa de Jade aberto, sem nenhuma roupa dentro... Ele<i> havia ido embora!</i><br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-24043567050380409012013-06-07T13:14:00.003-07:002014-05-12T16:16:12.025-07:00Capítulo 7: Conversas Kentin estava parado na minha frente e me olhava atentamente. Minha ,mão apartou a de Jade, demonstrando todo o desespero que eu sentia. Jade soltou e minha mão e se virou, indo embora. Eu queria gritar e pedir que ficasse, mas eu sabia que poderia magoá-lo muito fácil com Ken parado, sorrindo, na minha frente. Deixei-o ir.<br />
Encarei os olhos brilhantes na minha frente. Cabeça erguida, esperei que ele começasse a falar. Mas ele me abraçou firme contra o seu peito, porém, empurrei-o para longe.<br />
-Sua namorada loira não vai gostar de te ver com "garotinhas do meu nível"! O que quer?<br />
-Emery- ele disse, mantendo um distância respeitosa- Você não entende?O que eu te disse foi apenas uma encenação. Você é minha amiga, nunca agiria assim com você a menos que precisasse! Um do lado do outro eternamente, lembra?<br />
-Do lado do outro? Que tipo de união é esse? Que tipo de amizade e amor são esses? Não sou estúpida a chegar ao ponto de pensar que poderíamos ser como antes novamente! Vá embora!- Eu estava perdendo o controle. Sentia que estava sufocando por trás da máscara de menina forte, mas...<br />
-Não seja tola! Prometemos ser amigos por todas as nossas vidas, lembra?<br />
-Isso foi antes de você, Kentin, ficar com aquela cobra da Ambre. Você não tem ideia de como foi aguentar te ver quase todos os dias com ela sabendo que...- as lágrimas saíram e me engasguei- Por que fez isso?<br />
-Eu e meus pais, como o combinado tempo atrás, nos mudamos para cá quando terminei meu treinamento militar. Semanas depois de que entrei na Sweet Amoris, soube o que Ambre havia feito com você usando as tintas e o quanto ela te odiava. Fiquei com medo dela te machucar mais e, bem, resolvi ficar com ela por você; para te proteger, Emery.<br />
-Mentiras e mentiras!<br />
-ACHA MESMO QUE EU FARIA ISSO COM VOCÊ? -Gritou, transformando sua voz em uma mistura de dor e descrença. Ele falava a verdade. Estava escrito em sua expressão dolorida.<br />
- Kentin...-Disse, pasma diante meus conflitos internos. Parte de mim querendo acreditar enquanto outra insistia em desconfiar. Não sabia o que fazer. Mas minha armadura havia derretido e, por alguns momentos, eramos como antes de toda a perda e abandono.<br />
Nos abraçamos. Poderíamos ficar ali, imóveis por anos, mas nos separamos minutos depois. Ele tocou meus cabelos com o queixo enquanto eu alinhava minha cabeça aos seus ombros.<br />
-Ambre não sabe onde estou. Não permita que saiba, ok Emery?<br />
-Claro!-sorri- tenho que ir!<br />
-Não fuja de novo!-Ele sorriu ironicamente- Lembre-se que teremos de fingir que a nossa amizade está morta!<br />
-Eu sei! -beijei sua bochecha e caminhei para fora.-Mas não fui eu que te abandonei, certo?- Saí. Não esperava uma resposta.<br />
O sol já estava se pondo. Jade, sentado no banco de costas para a saída do jardim, como se esperasse que eu fosse embora sem olhar-lo nos olhos, permaneceu imóvel. Abracei-o por trás e olhei seu rosto. Estava contorcido, com lágrimas descendo pelas bochechas.<i><b> </b>Jade!,</i> suspirei. Peguei sua mão e puxei seu corpo, deixando-o de pé.<br />
-Achou mesmo que eu ia te deixar? Eu e Ken somos apenas amigos, está mais que comprovado que disso não iremos passar.<br />
Ele sorriu e me beijou de maneira rude, como se precisasse daquilo para viver; como se eu fosse uma droga que havia deixado-o completamente viciado. Ao fundo, Kentin passou e foi embora silenciosamente, de cabeça baixa ignorando a cena por completo. Senti um aperto no meu peito, mas aliás, o que eu poderia fazer? Mal sabia eu que estava entrando em um jogo no qual sempre haveria alguém magoado...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-89834060402542707262013-05-31T18:31:00.000-07:002013-05-31T18:33:25.984-07:00Capítulo extra: Surpresa no jardim Jade estava deitado ao meu lado. Minha cabeça estava arqueada ao seu ombro, sendo mimadamente acariciada. Meus dedos estavam entrelaçados com os da mão esquerda enquanto eu observava a lua cheia pela janela. Queria permanecer daquela maneira para sempre... mas não podia! Eu o amava loucamente, mas também pensava em Kentin... por onde ele andaria? Estava seguro?<br />
Mas eu estava bem, e, sem dúvidas, o que sentia por Jade era eterno. Eu me estiquei e beijei sua testa e desci lentamente, até sentir o calor de sua boca. Ele percebeu o quanto eu estava viciada em seus toques e o quanto precisava de seus braços ao redor do meu corpo, protegendo-me das lembranças que vivi ao lado do Ken, meu pequeno e adorado ...<br />
Quando acordei, estava envolvida em um cobertor branco ao lado de um pequeno bilhete.<br />
<b><br /></b>
<b>Fui ao jardim da escola. Tenho uma surpresa para você! Te espero lá!</b><br />
<b><br /></b>
Me levantei, escovei os dentes, troquei de roupas. Nunca havia dormido tanto, pois já estava na hora de ir ajudá-lo na escola ( pois era sábado)e nem café eu havia tomado. Marry disse aos meus pais que iria dormir na casa de Inkas para que então, eu viesse ficar com Jade. Sabíamos que ele, como aqueles cavalheiros da época de Romeu e Julieta, me respeitava e não faria nada sem a minha permissão.<br />
Quando cheguei na Sweet Amoris (que era bem pertinho da casa dele), fui direto ao clube de jardinagem. Quando entrei, me deparei com um pé de rosas azuis maravilhoso. Jade estava parado, analisando minha reação com um sorriso claro de orgulho. Ele me abraçou firme e tocou alguns galhos secos na parte de baixo da nova roseira:<br />
- Não pude tirar essa parte seca! Era deixar assim ou correr o risco de todo o pé ficar bambo e cair com o vento. Sinto muito, Emery!<br />
- Não se desculpe Jade! Você fez um trabalho maravilhoso com as flores!<br />
-Mas a parte seca está deixando tudo feio e...<br />
-Se não fosse a parte seca, todo o pé cairia, certo? Da mesma maneira que uma época triste em minha vida fez com que acabássemos juntos, o que está ressecado garante que ela viva. A vida de alguém é marcada por momentos bons e ruins, mas do mesmo jeito que coisas boas nos tornam confiantes, as ruins nos fazem crescer. Pense nisso!<br />
Ele olhou nos meus olhos e sorriu. Beijou-me e inundou-me de magma de novo. Sentia o fogo queimando minhas veias, pensei que estava entrando toda em combustão, mas ele me segurava e me prendia a realidade mágica daquele momento! Trabalhamos bastante e voltamos após o almoço. Comemos bolinhos de arroz e alguns doces e resolvemos plantar algumas sementes de Dentes-de-leão.<br />
Quando entramos no jardim, uma silhueta masculina brincava com as pétalas das orquídeas. <i>Kentin...p</i>ensei, e antes que eu pudesse me segurar em Jade, ele se virou em minha direção , dizendo:<br />
-Emery, eu preciso falar com você...<br />
<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-21567354522494666502013-05-31T13:45:00.002-07:002014-05-11T14:01:28.844-07:00Capítulo 6: Um novo sentimento surge Inkas me levou para casa e, agora, estava sendo cuidada por Marry e Vicky. Elas queriam passar diferentes quantidades de maquiagens e cremes para esconder os meus pequenos ferimentos, que não estavam nada bonitos. Mas eu recusei. Nunca gostei de me esconder por trás de pós coloridos e continuarei pensando assim. O ursinho que Ken me deu quando eramos menores estava enlaçado pelos meus braços; espremidos em meu peito e recebendo pequenas gotinhas de água que escorriam pela minha face.<br />
Emilly me olhava, aparentemente cansada de tanto acalmar-me,sem nenhum sucesso. Ninguem podia me ajudar a me tirar aquela dor de dentro do meu peito! Até que Marry,completamente frustrada, diz:<br />
- Chega, Emery! Cansei!-, eu a olho, confusa, mas ela continua:- Você está fazendo muito drama! Ele foi o amor da sua vida, mas agora é hora de você superar e seguir em frente. Olha seu estado: Cortes, manchas e, se não fosse a Inkas, estaria suja e molhada! Erga a cabeça, agora! Você é uma garota,não um animal!<br />
Eu estava boquiaberta com aquele discurso. Ela estava certa e, sem dúvida, era muito mais do que uma garota superficial como muitos pensavam. Ela tinha o meu sangue e honrava isso. Me levantei.<br />
- Você está certa, Marry! Não garanto que, quando encará-lo, serei firme, mas vou tentar, prometo! Mas me recuso a passar maquiagem. Não há muitas marcas no rosto, e posso por uma blusa de frio, ok?<br />
-OK!- elas disseram juntas, após um leve suspiro.Logo após, terminamos de nos arrumar e fomos para a Sweet Amoris.<br />
<br />
* horas depois*<br />
<br />
Estávamos indo para o ginásio na aula de educação física. Seria basquete, esporte que acho bem divertido. No momento em que fomos começar o jogo, o treinador gritou:<br />
-Esperem! Emery, não pode jogar com blusa de frio.Regras da escola, pois pode atrapalhar a sua identificação pelos adversários. Peço que tire, por favor.<br />
-Mas eu nao posso, treinador! Sinto muito- olhei para Marry, desesperada. Ela não podia me ajudar...<br />
-Ou tira a blusa ou será suspensa de minhas aulas!<br />
Então, sem escolha, eu a tirei, revelando o que eu tanto escondia. Todos que estavam presentes suspiraram; o espanto iminente na expressão de cada um. Ambre, do time adversário, começou a rir, sendo seguida por suas amiguinhas venenosas. Eu ia chorar, eu DEVIA chorar. Mas não chorei! A promessa que fiz estava evaporando as lágrimas do meu rosto e transformando-as em ódio.Então eu ri, de maneira um pouco louca.<br />
Eu me dirigi a ela e parei bem a sua frente. Ambre não foi rápida o bastante para desviar da tapada que dei em sua cara, deixando marcas vermelhas de dedos finos e longos. Quando recuperei o controle de mim mesma e pensei no que havia feito, corri até o jardim, fugindo dos olhares atônitos que me seguiam. O cheiro da grama era mágico e curava toda a repulsa que exalava de meu corpo. Entre os arbustos e os coqueiros, Jade surgiu de maneira silenciosa, se levantou e sentou ao meu lado.<br />
-Não precisa de dizer nada. Inkas me contou o que aconteceu ontem e, independente do que pode ter ocorrido hoje, quero conversar com você.<br />
Me curvei em sua direção, numa posição atenta a cada palavra que ele poderia dizer.<br />
- Emery, eu sei que não tenho muito jeito com as palavras mas...- sua voz travou,e, para disfarçar, tocou meus cabelos, passando-lhes pelas orelhas- ... gostaria que você soubesse que eu te amo! Que sempre quis encontrar uma menina assim, exatamente igual a você e,na medida que ficávamos juntos, me apaixonei cada vez mais . Eu também sei que você ama o novato mas espero que saiba que se um dia quiser me dar uma chance de ficar com você, estarei aqui... É isso!<br />
Ele se levantou e saiu, com passos lentos e ritmados.Aquilo tudo me atingiu como uma flecha firme e pontiaguda, dilacerando meu estômago e me deixando perdida no ar. Mas eu sabia o que aquilo significava e fui dominada por um sentimento novo. Jade se afastou, mas corri em sua direção e segurei sua mão. Toquei sua face, retirando pequenos grãos de terra escura.<br />
-Jade- olhei bem no fundo daqueles olhos claros e fiquei perdida na beleza de sua alma-, eu aprendi com a louca da minha irmã, que devemos superar a dor do passado e seguir em frente. Você é tão perfeito, combina tanto comigo... Se ao menos eu pudesse ser boa o bastante pra você e ...<br />
-SHH!- ele me interrompeu- Emery, não percebe? O fato de você respirar a mesma magia que eu respiro e de estar aqui comigo, tão perto, já te torna perfeita para mim. Eu te amo, Emery.<br />
E chegando mais perto daquele rosto, disse:<br />
-Então Jade, prove!<br />
E ouvindo aquilo, ele me beijou. Meus lábios pegavam fogo e minha pele faiscava a cada toque. Estava mergulhada em magma e seus lábios se encaixavam perfeitamente aos meus, me fazendo segurar os seus cabelos enquanto ele abraçava minha cintura. Nossos dedos, aos poucos, se entrelaçaram e pude ver o quanto aquele beijo significava para ele... e para mim!<br />
Estávamos sem noção do tempo, perdendo minutos e querendo permanecer daquele jeito por mais alguns anos, mas deveríamos nos controlar pois, aliás, é proibido beijos na área da escola. Ele me abraçou forte e sussurrou:<br />
-Namora comigo?<br />
E eu, ainda em êxtase com aquela explosão de emoções, falei, firme e claro:<br />
- É claro! Seria maravilhoso!<br />
Peguei sua mão e, ouvindo o sinal de saída, fomos ao ginásio buscar a minha mochila que havia ficado para trás. Kentin e Ambre estavam encostados na entrada do ginásio, como se me esperassem. Ele acariciava seu rosto por cima da marca que causei, e quando virou para me encarar, se deparou com Jade bem ao meu lado, conversando e me ajudando a pegar o meu material. Eu não tive coragem para encará-los, mas sabia que, independente do que eles pensavam, eu estava segura ao lado do meu namorado de cabelos lisos e verdes... Eu seria agora, uma nova pessoa!<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-79940847558159035072013-05-30T18:40:00.000-07:002014-05-12T17:21:30.796-07:00Capítulo 5: Cuidada por um anjo Acordei trêmula e pálida devido ao frio. Estava assustadoramente escuro, a lua brilhava no céu vazio. <i>Um céu tão vazio quanto a minha alma,</i>pensei, e me levantei. Meu corpo estava dolorido, com dúzias de manchas avermelhadas e cortes superficiais, além de lama por todas as partes.<br />
Peguei meu celular no bolso, mas estava desligado e lotado de água. <i>Obrigado, vida!,</i> pensei,<i> você realmente conspira contra mim.</i> Sai pelo portão dos fundos que sempre ficava aberto e fiquei vagando sem rumo. Marry e meus pais não eram a opção mais agradável para me ajudar agora, mas eu sabia quem era... Peguei um telefone público e liguei a cobrar:<br />
- Alô, quem fala?<br />
-INKAS!! Graças a Deus você atendeu. Preciso de você, por favor, deixa eu ir para sua casa...- minha voz ficou presa entre um soluço de dor e as lágrimas.<br />
-Emery,está tudo bem? Estou descendo e te espero na varanda. Vem logo!<br />
Ouvindo aquilo, deixei o telefone de lado e fui direto para a casa dela. Ela estava aflita, batendo os pés e correu ao meu encontro. Assim que me tocou, meus joelhos cederam e, se não fosse pelos seus braços, cairia no chão. Ela me levou a sua cama, tirou o meu vestido, colocou-me na banheira com bastante água quente e sentou-se ao meu lado.<br />
Envolvi os meus joelhos com os braços, preparada para ouvir uma bronca ou algo assim, mas Inkas estava em silêncio.Ela se virou e me encarou, atravessando os meus olhos com suavidade e penetrando a minha alma com aquele olhar misterioso, que só ela podia fazer.<br />
-Preciso saber de tudo para poder te ajudar.- ela disse, pegando uma gaze e limpando cuidadosamente os meus cortes,que levemente latejaram.<br />
-Eu sei- disse e, suspirando, comecei.- Quando entrei na escola, era muito nova e, assim como hoje em dia, tinha dificuldade para arranjar amigos. Eu estava sozinha no recreio, mas um garoto sentou-se ao meu lado e se apresentou para mim. "Olá! Sou Kentin, mas pode me chamar de Ken.", ele disse, e a partir desse dia, nunca mais nos separamos.<br />
-Então o que aconteceu está relacionado a esse menino?<br />
-Sim- confirmei e continuei- Quando descobrimos o que era amor e coisas do gênero, sabíamos que estávamos apaixonados, mas nunca tivemos coragem de assumir até que, um dia, eu resolvi contar a ele o quanto eu queria ser sua namorada, mas... Ele havia ido embora para o colégio militar.<br />
- Então ele partiu sem dar noticias, te deixando para trás e seguindo com a vida.- Ela concluiu.<br />
Eu me enrolei numa toalha e Inkas me deu um pijama turquesa com pequenas rendas na altura do ombro. Quando me vesti, prossegui:<br />
- Exato. Uma amiga me disse que, antes dele ir,havia avisado que, depois de 2 anos treinando com os soldados do colégio militar, ele iria para a Sweet Amoris, como o pai havia planejado.<br />
- E ontem você o encontrou?:<br />
-Sim- disse, soluçando e engolindo pequenas lágrimas salgadas.- Ele estava beijando a Ambre, e, quando me viu, disse que sou um "tipinho de garota que ninguém gostaria de ter"! Quando controlei meu corpo de novo, já estava correndo em direção ao parque.<br />
Deixei que as gotinhas de água que desciam dos meus olhos explicasses o que aquilo tudo significava para mim. Ela levantou-se e me abraçou, colocando minha cabeça debaixo de seu queixo:<br />
-Vou te contar uma história, ok?<br />
- Uhum.<br />
-Uma vez, na China, um deus chamado Yuelao, para que pudesse ver um menininho brincando na terra, desceu da lua (onde morava), transformou-se em um velho e sentou- se perto do menino.<i> Boa noite,</i>ele disse ao pequeno garoto, que, ao vê-lo, ignorou-o e continuou a brincar. <i>Você precisa se preparar,pois logo crescerá e casará com uma moça,</i> disse Yuelao.<i> </i><br />
<i> </i>Meus ouvidos acompanhavam cada palavra que Inkas dizia, que logo continuou:<br />
-Ouvindo isso, o menino disse que nunca iria se casar, mas logo foi interrompido pelo velho; <i>Tem certeza? É o seu destino que decidirá isso. É a menina presa no final deste fio que será dona de seu coração. </i>O menino olhou para o chão e viu, magicamente, um fio vermelho como sangue preso em seu calcanhar,ligando-o a uma menina na varanda de uma casa bem longe. Ele, assustado, pegou uma pedra e tacou com toda a força na menina e, logo após, saiu correndo, sem reparar na marca deixada na face da pequena garota. Anos depois, o garoto havia crescido e se tornado um homem com idade de casar, mas não achava ninguem ideal para ser sua esposa. Ele, desolado, passeava pela cidade anoite quando, na janela, viu a silhueta de uma garota e logo sentiu que estava destinado a casar com ela.- Inkas parou e me deu um sorriso fascinado.- Quando disse ao pai da moça que queria se casar com ela, ele, desconfiado, pediu que desposasse sua filha o mais rápido possível e, tempo depois, a moça foi se casar com ele, porém usava um véu negro sobre o rosto.<br />
- E o que aconteceu no casamento?- perguntei ansiosa para descobrir o final do conto.<br />
- Durante a cerimônia, ela não mostrou o rosto, mas quando estavam na lua-de-mel, ela permitiu que tirasse o pano, desde que não a humilhasse, pois era feia devido a uma cicatriz feita por uma pedra que recebeu quando criança. E ele logo lembrou- se do que ocorreu quando ainda era um garoto, e , quando viu a face da moça, achou-a ainda mais linda e percebeu que sem ela não viveria.<br />
-Oh, Inkas,- disse, em êxtase com a perfeição da história- Você acredita mesmo nisto?<br />
- Sim, Em's! Mais cedo ou tarde, agente acha alguém que nos completa: que está amarrada do outro lado do nosso fio vermelho e reluzente. Esta é a lenda de Akai Ito.<br />
Deitamos uma do lado da outra. Estava feliz por ter Inkas comigo, sempre me protegendo junto com a Marry. Reparei em seus cabelos verdes, extremamente familiares. Ela me encobriu e fechei os olhos. Os pesadelos vinham, mas ela segurava minha mão firmemente e transformava todo o terror em paz. Perdi a consciência logo depois, me entregando a um mundo todo meu<span style="font-family: georgia; font-size: xx-small;"><span style="letter-spacing: 1px; line-height: 24px;">...</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/33899419/akai_ito2_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/33899419/akai_ito2_large.jpg" height="170" width="320" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-2042110936866178422013-05-30T15:56:00.001-07:002014-01-19T18:44:19.358-08:00Capítulo 4: Ele voltou... Estava correndo loucamente pela chuva. Entrei no parque em poucos minutos e corri mais ainda, fugindo dos olhos atentos que podiam estar me vendo enquanto me dirigia à área dos pinheiros. Á medida que entrava entre as árvores pontiagudas, os galhos se prendiam no meu vestido e o rasgava brutalmente, além disso, por mais doloroso que fosse estar sendo cortada por espinhos de diferentes plantas, era bem mais agradável do que havia acontecido naquela manhã...<br />
<br />
*flash back on*<br />
<br />
Quando cheguei na escola, tudo parecia comum e chato. Já se passou 1 mês desde que entrei na Sweet Amoris. Havia conhecido alguns garotos: Castiel, Nathaniel, Alexy e seu irmão, Armin, Jade, Lysandre... As meninas continuavam sendo as mesmas, exceto por Kim, uma morena linda de cabelos curtos e por Emilly, alta e magra, que se juntaram ao nosso grupinho de amigas. Quando passei pela escada, Inkas apertou minha mão e me puxou para um abraço forte e firme. Ela era minha melhor amiga desde que o acidente com tinta vermelha ocorreu.<br />
O sinal bateu e fomos para a aula de matemática. Oprah, nossa professora, fazia diversas perguntas, na qual Inkas respondia rapidamente. Castiel olhava para a pequena garota de cabelos verdes e óculos do meu lado a cada resposta certa que ela dava. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, aqueles olhares encantados seriam devolvidos na aula de artes, onde Cast Kun (apelido que a Emilly inventou), deixava Inkas admirada com seus desenhos tão perfeitos e simétricos.<br />
Na hora do intervalo, eu e Lysandre comemos alguns sanduíches no jardim, como sempre fazíamos. Era maravilhoso, e completamente viciante, ter o calor de sua amizade tomando conta de mim, como um irmão mais velho cuida de sua irmã menor. Ele sempre me dava ótimos conselhos. Agora eu entendi porque Marry o ama tanto, e, sem dúvidas, sinto que é reciproco da parte dele.O sinal bateu e, bebendo um pouco de água, fomos para a classe.<br />
As últimas aulas eram de física, biologia e redação, na qual eu sempre deixo nosso professor encantado com meus textos e opiniões. Quando fomos liberados de mais um dia de estudos, me despedi de todos e fui ao clube de jardinagem, pois me ofereci para ficar e cuidar das flores recém plantadas. Jade me esperava com uma pequena pá e um regador na mão.<br />
- Obrigado por me substituir hoje! Estou realmente ocupado demais para ficar após as aulas e...<br />
- SHHH!!- digo, rindo e olhando-o amistosamente- Está tudo bem! Você sabe o quanto amo as plantas, portanto, adoraria ficar aqui sempre que possível. Fique calmo e deixa comigo!<br />
Ele pega uma pequena rosa, prende em meus cabelos trançados e sai andando na direção da portão.<i>Mãos a obra, </i>penso. Começo regando as tulipas, retirando os galhos secos dos arbustos, regando as orquídeas e adubando os morangos.<br />
Quando acabei, estava extremamente cansada. Lembrei-me do livro que estava na minha mochila, e já que o sol ainda estava iluminando bem, comecei a ler. Quando eram cerca de 6 horas, estava anoitecendo, então resolvi ir embora.<i>Oh não, esqueci o meu livro!,</i> penso e retorno a entrada do jardim para buscá-lo.<br />
Então eu os vejo.... Ambre estava fortemente presa aos braços de um garoto alto, beijando-o freneticamente. Ele a puxou para perto de seu corpo e, após vários minutos, perceberam que eu estava ali. Ambre começou a rir e me mandar olhares debochados.<br />
- Qual o problema, novata? Nunca beijou antes?<br />
Estava quase respondendo quando o garoto segurou-lhe a mão e disse:<br />
-Não, Ambre, ela nunca beijou ninguém. O único garoto que teve coragem de beijá-la foi eu, mas muito tempo atrás, agora, aposto que ninguém quer saber desse tipinho de garota!<br />
Então eu percebo as mesmas luvas pretas e o mesmo colar que dei a Ken em seu aniversário, um ano antes dele partir. Meu antigo e primeiro amor. <i>Ken...</i> sussurro devagar, mas alto o bastante para que eles ouvissem.<br />
-Isso mesmo! Agora estou mudado e...<br />
E antes dele terminar de falar, deixo tudo para trás e saio correndo para fora da escola, inundada pela minha própria dor e sufocada pelas lágrimas. <i>Meu Ken, meu amigo e amado Ken voltou e... </i>não consegui concluir a linha de pensamentos. Atravessei a rua e fui em direção a entrada do parque<br />
<br />
* flash back off*<br />
<br />
Agora, tropeçando nas pedras, cai em uma poça de lama. Estava indefesa e encolhida em posição fetal, como um bebê. Sentia-me imprensada, talvez pela chuva que me esmagava <br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQaAHP3epG4U9YtP8W0m-r_OZkSWCVwNE8jANfynY1UJzzGUr9b3JXMfLhOuaEn3EbMQLcuES-saKvA1m7fwXuMBKPcCSrHbHl3o0lZ5a8atFnft0BvDYS-riaKC2frA_4qAIZjjQg3DV4/s1600/Crying-Anime-Girl-anime-girls-7643067-640-480.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQaAHP3epG4U9YtP8W0m-r_OZkSWCVwNE8jANfynY1UJzzGUr9b3JXMfLhOuaEn3EbMQLcuES-saKvA1m7fwXuMBKPcCSrHbHl3o0lZ5a8atFnft0BvDYS-riaKC2frA_4qAIZjjQg3DV4/s320/Crying-Anime-Girl-anime-girls-7643067-640-480.jpg" height="240" width="320" /></a>ou pelo enorme peso nos meus ombros. Ver o amor de sua infância se agarrando com aquela víbora, beijando-a ardentemente, tocando sua cintura...<br />
Me levanto, com o joelho ralado, e sento no banquinho. Agora, as gotas de água estavam começando a sumir e um pássaro começou a cantar. <i>Vai pro inferno!,</i> pensei. Estava cansada e me deitei naquele mesmo lugar, esperando que, no dia seguinte, acordasse na minha cama; despertando de um pesadelo...<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-84322155170653608912013-05-20T16:54:00.002-07:002013-05-20T16:54:43.047-07:00Capítulo 3: Humilhada e idolatrada <i>O que você está fazendo? São apenas algumas garotas, não monstros. Saia dessa sala e vá para casa antes que perca o ônibus</i>, ordenei a mim mesma antes que alguém me visse agachada naquela posição constrangedora. Eu sabia que, caso ela quisesse me bater, eu poderia correr, pois, aliás, estou de tênis de corrida e Ambre usa aquele sapato de salto plataforma beje, mas creio que ela não ousaria me agredir.<br />
Respirando fundo, atravesso a porta e abro os olhos; Não havia ninguém no corredor! <i>Paranoia?</i>, pensei, mas sabia que elas estavam lá e era apenas questão de tempo antes que aparecessem de novo. Para confirmar minhas teorias sobre os meus tênis serem realmente esportivos (e já que perdi o ônibus e meu pai já buscou Marry), experimento ir para a casa caminhando.<br />
Quando cheguei, olhei no relógio e demorei mais de 1 hora para chegar em casa. Creio que não vou repetir isso tão cedo. Marry estava preocupada e contei-lhe o que havia ocorrido.Ela dividia um ódio por Ambre desde que entrou no colégio, e afirmou que eu deveria ir com ela para a escola no outro dia. Mas eu neguei, afinal, não queria afetar a reputação que minha irmã demorou para conseguir com uma bobagem dessas.<br />
No dia seguinte,quando desci do ônibus, estava relativamente calma. Quando estava atravessando o mais rápido possível o pátio, notei um pequeno palco cercado por algumas pessoas.Quando estava me afastando, alguém com uma máscara estranha e roupas coloridas me puxou para cima, de maneira que não pude evitar ficar na frente de todos os alunos da Sweet Amoris.<br />
Era tarde demais... quando reconheci o cabelo cacheado e loiro por trás da máscara sorridente, um jato enorme de tinta vermelha me atingiu e me deixou imunda na frente de todos da escola. Todos começaram a rir, e sai correndo, chorando e tropeçando nos meus próprios pés. Quando tive coragem para abrir os olhos, estava deitada no jardim, colorida e suja dos cabelos aos pés.<br />
Não podia matar aula, mas não havia a menor possibilidade de voltar a classe dessa maneira. Estava tão assustada, pois a humilhação havia sido horrível, que, entre soluços e lágrimas, mal ouço uma voz:<br />
-Ei, você está bem? Sou Bella, e vim ver como você está...<br />
-OW, obrigada!- digo tentando me acalmar- Sou Emery, irmã da Marry. Muito gentil da sua parte!<br />
-Não é nada- ela senta do meu lado e coloca as mãos nas minhas- Foi horrível o que elas fizeram, mas eu tenho algumas roupas extras, se você quiser! Eu falo com o nosso professor, já que sou da sua turma, enquanto você troca de roupa! Aproveite e use o banheiro do ginásio, tem um chuveiro ótimo!<br />
-Seria ótimo, obrigada! Ate´logo, ok?<br />
-Ok, boa sorte!<br />
O ginásio tinha um banheiro pequeno, mas perfeito para que eu possa me arrumar. Quando tiro a tinta do cabelo e termino o banho, dou uma olhada nas roupas que Bella me emprestou e me espanto. Era uma blusa preta decotada em "v" , uma calça extremamente justa e um sapato de cano alto azul e salto; Arrasador! Me perguntei qual o motivo de alguém aparecer do nada e ter roupas extras para emprestar, mas decidi que era apenas bondade da parte de Bella.<br />
Quando terminei de amenizar o estrago, sai em direção a classe. Enquanto andava pelo corredor, mal pude deixar de notar os olhares vindos de todos os alunos presentes. Primeiro, pensei que deveriam estar rindo de mim por causa do que havia ocorrido, mas os garotos mais velhos do terceiro ano, que estavam no intervalo, olhavam fixamente para mim, e percebi que estava um pouco... sedutora demais, mas era isso ou andar manchada de tinta.<br />
Quando entrei na sala de aula, vários olhares arregalados se formaram, mas eu segurei a risada, aliás, sou apenas uma novata. Era estranho ser o centro das atenções, mas a sensação de ser admirada era muito boa e viciante. Meu lugar estava ocupado, então sentei atrás de um garoto muito bonito, com cabelos lisos brancos, pele morena e ensolarada, além de olhos maravilhosos de cores diferentes. Assim que me sentei, Ambre entrou na sala, sozinha, e quando me viu nos novos trajes, soltou um pequeno grunhido de raiva e apertou as unhas rosas nas mãos. Não pude evitar de sorrir maliciosamente para ela e mandei um pequeno "olá" com as mãos. Aposto que foi castigada pela atitude, mas quem a havia denunciado para a diretora? Não importa afinal, já que ela teve o que merece.<br />
Além disso, se ela quer guerra, é isso que terá! Olho Bella e Marry, sentadas uma atrás da outra, e dou uma pequena piscadela. Aposto que este ano, muita coisa irá acontecer...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-41471644392634046732013-05-19T14:09:00.001-07:002013-05-19T14:15:19.952-07:00Capítulo 2: Indefesa Entrei em uma sala amarela e vários alunos já estavam sentados em seus lugares, mesmo faltando bastante tempo para que a primeira aula se inicie. Havia uma garota com cabelos verdes e curtos, mas enquanto reparava em seu vestido claro, uma outra, de cabelos lisos e castanhos, me tocou no ombro:<br />
-Olá, sou Emilly. Tudo bem? É novata?<br />
-Oi, sou Emery. Estou bem, obrigada e você? É, está tão obvio assim?<br />
-É, está!- Ela para e da um sorriso grande, mostrando covinhas meigas e similares- Ainda temos bastante tempo, quer dar uma volta na escola?<br />
-Claro, seria ótimo! -digo sorridente. É ótimo já ter arranjado alguém para me fazer companhia.<br />
Ela me segura delicadamente com as mãos e me conduz por um corredor estreito e bem iluminado. Quando percebo, estamos em um jardim maravilhoso e passo as mãos diante de uma fileira de rosas até que vejo Emeries, uma espécie de flor rara que deu origem ao meu nome. Elas são frágeis, por isso não as toco, mas consigo sentir seu aroma adocicado. Emilly é realmente incrível, principalmente quando eu a ouço recitar maravilhosas poesias escritas por ela mesma.<br />
O passeio estava maravilhoso e estava me divertindo muito quando ouvimos o sinal bater. Perdemos a noção total do tempo e estávamos tão longe da sala de aula que começamos a correr pelos corredores até que esbarro em uma garota com um copo na mão. Seus cabelos loiros e cacheados ficaram repletos de um líquido vermelho, sendo impossível evitar pequenas risadas.<br />
-QUAL É A GRAÇA?- ela diz, mantendo uma distância definitivamente perigosa.<br />
-Nenhuma, desculpe! Não foi a minha intenção...<br />
-Intenção? Eu deveria era te dar uma surra, peste!- disse, ficando extremamente nervosa.<br />
-Surra? Não ouse encostar a mão nela, loira oxigenada- disse Emilly, envolvendo meu corpo de maneira protetora- Foi apenas um acidente!<br />
E antes que a loira, cujo nome descobri que era Ambre, conseguisse responder, um garoto ruivo entrometeu-se na conversa e disse:<br />
-Isso vai ter que ficar para depois, Ambre. A aula vai começar e você vai se atrasar. Seus pais não vão gostar de receber um ligação da diretora apenas por um imprevisto estúpido!<br />
Ela olhou para os olhos dele e lentamente saiu acompanhada de outras duas garotas, que seguravam uma bolsinha transparente lotada de maquiagens, em direção ao banheiro.Provavelmente, deve ter ido tentar amenizar o estrago. Ele, ao perceber que a briga havia acabado (por enquanto), foi embora caminhando lentamente, mas não pude deixar de perceber a maneira em que ele olhava para Emilly. Quando olhei para ela, suas bochechas estavam coradas e logo deduzi que era recíproco; mútuo.<br />
E diante todo aquele clima, percebi que estávamos atrasadas e logo puxei-a para dentro da sala. Felizmente, o professor estava ocupado demais para perceber a nossa entrada silenciosa, o que me deixou realmente aliviada. Perder aula era inaceitável para alguém como eu. Quem dava aula era um homem alto e magro, com óculos e a cabeleira desarrumada. Do outro lado da sala, pude sentir o olhar de desaprovação de Marry em minha direção. "Do que seria da vida sem as suas loucuras?", ela mesma disse quando foi escondida em uma festa quando tínhamos 13 anos.<br />
A aula fluiu muito bem, A garota de cabelos verdes se chama Inkas e a de cabelos laranjados é a Íris. Estava saindo da sala quando vejo Ambre estendida ao lado de suas "amigas" bem na porta. Aos pouco me aproximo e ouço-a dizer:<br />
-Agora aquela garota vai aprender que não se joga suco em alguém do meu nível.<br />
Meu sangue congelou nas veias. Inkas e Emilly já haviam ido embora para pegarem um carona com os pais de Íris, então o que eu faria? Aos poucos, escorreguei pela parede até estar sentada no chão gelado, com os braços em volta dos joelhos, torcendo que alguém apareça e me tire daqui, sã e salva...<br />
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<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2783416590451780472.post-85493824259412415732013-05-19T12:24:00.000-07:002014-06-19T13:42:03.131-07:00Capítulo 1: O começo... Quando acordei, a cabeça de Marry estava na minha barriga, subindo e descendo, acompanhando a minha respiração. Seus cabelos, mais claros que os meus, estavam desalinhados por todo o meu corpo. Desde que nossos pais se separaram, fomos obrigadas a esquecer a ignorar a existência da outra, mas agora que nossa família está reunida de novo e permanecerá assim, passamos toda a maior parte dos nossos dias juntas; recuperando o tempo perdido.<br />
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Marry e eu não somos tão diferentes: Ambas possuímos cabelos longos , olhos com um tom perfeito entre o cinza e o preto. As únicas diferenças são que Marry é extremamente popular devido a sua personalidade extrovertida e engraçada, enquanto eu sou um pouco mais quieta na presença de estranhos.Além disso, ela sempre está usando roupas da moda, e eu me preocupo apenas com bons e velhos moletons. Já que eu e meu pai nos mudamos de outra cidade para a casa de minha mãe, serei uma novata na escola de minha irmã, a Sweet Amoris. Estou ansiosa!</div>
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Para o primeiro dia de aula, decido por uma blusa branca e um jeans escuro, afinal, estava indo para o colégio, onde o meu cérebro vale mais que a minha beleza . Enquanto penteio os cabelos, Marry aparece usando um vestido preto curtíssimo com um coração desenhado bem no meio. Com meias listradas até o joelho, parecia uma super-star indo para um show lotado de fãs.</div>
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-Quer ajuda com o cabelo?- diz, aproximando de mim e estendendo as mãos para pegar o pente de minhas mãos.</div>
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-Seria ótimo, obrigada! Você está linda, como sempre, enquanto eu sou como o patinho feio.</div>
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-Pelo menos deixou de lado o moletom marrom e pegou algo mais decente. Por que não quer usar uma das minhas roupas? Ou não usa um dos maravilhosos looks que desenhou no seu caderno?- era possível ver as rugas de dúvida aparecendo no seu rosto belo e suave, mas dei a mesma resposta que dou há anos:</div>
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-Por que eu sou o cérebro da família enquanto você é a beleza!- Peguei minha mochila e desci as escadas, dando um fim a conversa antes mesmo de Marry procurar por explicações.</div>
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A viagem foi tranquila e calma. Meu pai levou Marry de carro, mas eu preferi pegar um ônibus. Não gostava de usar roupas bonitas porque elas me lembram o Kentin. Nos conhecemos quando eu tinha 2 anos de idade e, desde então, eramos amigos inseparáveis. Ele era baixinho, usava o cabelo franjado, óculos grandes e redondos e sempre era alvo de brincadeiras de mal-gosto. Mas eu o amava. Sempre tive vontade de dizer o quanto eu queria ficar presa naqueles braços carinhosos, mas, quando eu tomei coragem para dizer o que sentia, ele não apareceu na escola. Descobri dias depois que ele havia decidido passar dois anos no colégio militar antes de ir para outra escola, que é, por coincidência, a mesma em que estou indo neste exato momento. Creio que esses dois anos já se passaram, então tento manter o mesmo estilo que tinha antes de que ele fosse embora...</div>
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Quando desço, me deparo com um prédio enorme cercado por dois outros menores cor de rosa bebê. Um jardim de pequenas plantas rasteiras de estendia até uma porta de vidro dupla. A calçada é de pequenas pedras amarelas perfeitamente harmoniosas. <i>Mova-se</i>, penso, tentando ignorar os olhares distorcidos que já vinham em minha direção. </div>
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Vejo uma garota passando e resolvo segui-la. Ela atravessa um pátio lotado de estudantes com roupas coloridas e, sem dúvida, muito mais estilosas que a minha, me fazendo parar e decidir ir pelo outro lado. Imersa em pensamentos, acabo encontrando enormes portas brancas, que logo abro e entro, rumo a algo novo e desconhecido...</div>
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